O milho é um ingrediente energético sendo muito utilizado como principal fonte de energia em rações no Brasil (chegando em até 80% da composição das mesmas). Além de se fonte de amido, o milho também possui uma boa quantidade de proteínas, especialmente aminoácidos muito importantes e necessários para o metabolismo das aves. Assim, há um desafio em encontrar um substituto integral para esse grão, baseando-se então em substituições parciais do mesmo.
Para encontrar a substituição ideal, é importante citar que o clima, cultivar, espécie, fertilidade, região, genética das aves e o manejo em geral são fatores que irão alterar os níveis “ideais”. Desse modo, é importante nos basearmos em pesquisas científicas que tenham estudado condições próximas a realidade de cada região do Brasil. Indico a leitura dos artigos levantados pela EMBRAPA através do portal oficial do órgão. Nesse texto, trarei um apanhado geral acerca dos níveis de inclusão.
Outra dica fundamental é: começar com inclusões mais conservadoras e ir aumentando o nível de substituição devagar, sempre tendo como base o desempenho dos animais. Por exemplo, se a substituição ideal de um ingrediente é de 30%, comece substituindo em 10% e vá aumentando gradativamente até chegar nos 30 (e se houver interesse em testar níveis maiores de inclusão, da mesma forma). Uma mudança muito brusca da dieta pode acarretar em estresse, queda do consumo e consequentemente queda do desempenho e perdas produtivas e econômicas, portanto, prudência. Indico também sempre que possível pedir orientação para um profissional capacitado (Zootecnista) para acompanhamento e consultoria, para garantir a máxima eficiência desse manejo.
Introdução feita, vamos aos 4 ingredientes:
01 – TRIGO/TRITICALE:
Segundo a EMBRAPA, as inclusões desses dois ingredientes pode variar de 20% até 30% em substituição ao milho a partir da fase inicial. Ainda sobre o trigo, temos a possibilidade da inclusão do farelo de trigo, que é um coproduto da indústria do grão, produzido a partir da sua casca. Esse ingrediente pode ser incluído entre 15 até 20% da dieta, sendo limitado pelos maiores níveis de fibra e componentes que aumentam a viscosidade do bolo alimentar, diminuindo assim o aproveitamento da dieta.
02 – CEVADA:
Nem só para produção de cerveja serve esse ingrediente hehehe. Ainda de acordo com a EMBRAPA, o uso do grão de cevada tem se tornado uma alternativa interessante pois há um aumento das áreas de cultivo do mesmo. A substituição do milho por esse cereal pode ocorrer em 20% da dieta.
03 – SORGO:
O grão de sorgo é quase que um irmão gêmeo do milho hehe, porém atenção a cultivar: devemos buscar a variação BAIXO TANINO. O limitante em seu uso nas rações é disponibilidade de mercado, uma vez que é um grão mais difícil de ser encontrado. A substituição do milho por esse grão pode ser de até 100%, desde que seguindo as ressalvas apresentadas na introdução. Eu indicaria a substituição de 80%, e chegando em 100% apenas após testes avaliando se houve queda ou não de produção comparado ao uso de milho. Além disso, é importante a inclusão de ingredientes ricos em carotenoides quando se faz o uso de sorgo, no caso de produção de ovos/carne para o consumo, para garantir a coloração bem amarelinha que é o que nos chama a atenção, não é mesmo?
04 – MANDIOCA:
Segundo a EMBRAPA, a mandioca pode ser utilizada na ração para galinhas de diversas formas: farinha ou raspa integral, (raiz lavada, relada, seca e moída); farinhão ou resíduo da extração do amido; feno da rama (terço superior da planta seco e triturado) e raspa residual (raiz ralada, prensada e desidratada). Ou seja, é um ingrediente extremamente versátil e de custo bastante reduzido. No que tange a utilização de farinha integral de mandioca, a substituição ao milho pode variar de 50% até 60%.
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