O setor florestal é muito importante na economia nacional. A cadeia produtiva de florestas plantadas, principalmente de Eucalyptus sp. e Pinus sp., é responsável por cerca de 6,9% do PIB brasileiro, emprega milhares de pessoas nas suas diversas etapas diretas e indiretas e cumpre a legislação ambiental, gerando benefícios econômicos, sociais e ambientais para o Brasil.
Dentro do ciclo produtivo florestal, uma etapa muito importante é a colheita da madeira. Depois de vários anos após o plantio e a manutenção do povoamento, chega o momento de retirar a madeira da floresta e transportá-la até seu destino de beneficiamento ou consumo.
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Geralmente as etapas de colheita e transporte florestal representam mais da metade dos custos da madeira posta em fábrica. Constituída pelas operações de corte (derrubada, desgalhamento, destopo e processamento em toras), extração (movimentação da madeira do interior do povoamento florestal até a beira da estrada ou pátios intermediários) e carregamento (colocação da madeira nos veículos para o seu transporte), a colheita da madeira se inicia muito antes das operações de campo: na fase de planejamento.
Com base nas informações de topografia e geoprocessamento, inventário florestal, demanda por madeira, entre outras, é realizado o planejamento de longo, médio e curto prazos. Define-se os projetos a serem colhidos, os talhões para início dos trabalhos, as estradas a serem mantidas ou readequadas, a localização dos módulos e a previsão da colheita conforme a produtividade média das operações já estimada de acordo com o histórico das máquinas em trabalho.
No campo, aspectos de segurança e saúde ocupacional são levados em consideração na escolha de maquinário moderno e ergonomicamente adaptado aos trabalhadores, refeições balanceadas, transporte de pessoal, presença de área de vivência com refeitório e banheiros adequados e treinamentos e reciclagens para diversas situações operacionais. Se antes a realidade da colheita florestal brasileira era composta em grande maioria por operações com motosserra e tratores agrícolas adaptados, hoje ela está permeada de máquinas florestais com alta tecnologia agregada, como harvesters e forwarders, fellers bunchers e skidders com informações de monitoramento do desempenho em tempo real.
O meio ambiente também é conservado nas operações de colheita da madeira, que respeitam as áreas legalmente protegidas, como áreas de preservação permanente (principalmente floresta nativa nos entornos de nascentes e margens de rios) e reserva legal, além de utilizar técnicas operacionais de conservação, diminuindo a compactação do solo e a erosão. Estatisticamente o setor produtivo de florestas plantadas é um dos que mais cumpre a legislação ambiental, com elevado rigor e diversas certificações nacionais e internacionais.
Para a realização de todas as etapas relacionadas à colheita da madeira, o papel das Instituições de Ensino Superior (IES) é fundamental. Além da formação de Recursos Humanos, as faculdades e universidades desenvolvem centenas de pesquisas que visam tanto ao desenvolvimento das operações de colheita e transporte como à formação de Engenheiros Florestais, mestres e doutores. Assim, a aplicação prática do conhecimento das IES chega no campo e influencia na vida de todos os profissionais envolvidos no abastecimento florestal.
Assim, quem defende as operações de colheita florestal está também defendendo um setor produtivo que gera emprego e renda, acarretando em desenvolvimento regional e conservação ambiental. Colheita da madeira: uma atividade sustentável e de extrema importância para o Brasil.
*Dr. Felipe Martins de Oliveira, Eng. Florestal no Grupo Brava e Prof. nas Faculdades FatiFajar
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