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A 50ª edição da Expoleite, feira agropecuária realizada pela Capal Cooperativa Agroindustrial em Arapoti, Paraná, marcou um novo capítulo no agronegócio brasileiro. Entre os dias 11 e 13 de julho de 2024, o evento destaca inovações no melhoramento genético do gado holandês e a excelência na produção leiteira, além de apresentar melhorias significativas na infraestrutura do Parque de Exposições Capal.
Adilson Roberto Fuga, presidente-executivo da Capal, celebra as novas instalações."Nós ampliamos os espaços para os estandes e para os parceiros comerciais. A praça de alimentação está maior e mais bonita, permitindo que as instituições de caridade arrecadem fundos. Mesmo com a chuva recente, conseguimos preparar o parque a tempo, graças a investimentos que totalizam quarenta milhões ao longo dos próximos sete anos," afirmou Fuga.
As melhorias no parque incluem a terraplanagem e o revestimento em piso de todo o espaço interno para os expositores, áreas de estandes da cooperativa e empresas parceiras, além do pavilhão principal onde acontecem palestras e atividades. Novos banheiros foram criados para atender o aumento do público e o portal de entrada foi totalmente remodelado para valorizar a exposição e garantir melhor acesso ao público.
Fuga explicou que a revitalização não só melhora a experiência dos visitantes, mas também reforça a posição da Expoleite como uma vitrine de inovações tecnológicas no agronegócio. "A feira existe em função do gado holandês. A cooperativa traz o que há de melhor no julgamento desses animais, refletindo nossa preocupação com a excelência."
Além das melhorias estruturais, a Capal investiu na infraestrutura do parque para oferecer mais conforto e segurança aos visitantes e expositores.
O evento também abordou a questão da sustentabilidade, essencial para a Capal e seus cooperados, que buscam sempre integrar práticas sustentáveis em suas atividades. A preocupação com a sustentabilidade é refletida nas práticas de manejo dos animais e na utilização de tecnologias que visam reduzir o impacto ambiental da produção. "Nós estamos comprometidos em garantir que nossas práticas sejam sustentáveis, tanto na produção de leite quanto no cultivo de café. É fundamental para nós que nossos produtores adotem métodos que preservem o meio ambiente e garantam a saúde e o bem-estar dos animais," acrescentou Fuga
Durante a feira, o julgamento do gado holandês permaneceu o principal atrativo, refletindo a tradição e o compromisso da Capal com a qualidade. Roberto Caldeira, coordenador de assistência técnica de bovinos da Capal, reforçou o compromisso da cooperativa com a qualidade do leite: "Criamos um prêmio em 2018, o "Prêmio Leite de Qualidade" para reconhecer o esforço dos produtores e colaboradores. O objetivo é promover a melhoria contínua na produção de leite, garantindo que animais confortáveis e leite sanitariamente limpo sejam valorizados."
Roberto Caldeira explicou a importância desse reconhecimento: "O prêmio surgiu para motivar o pessoal à melhoria constante do leite de qualidade. Reconhecemos o esforço tanto do cooperado quanto dos colaboradores das propriedades."
Ele destacou que o prêmio contempla pequenos, médios e grandes produtores, promovendo a inclusão e a motivação de todos os cooperados a buscarem excelência em suas atividades. A premiação não só valoriza a produção de leite de alta qualidade, mas também reforça a importância das boas práticas agrícolas. "Para receber um prêmio desses, o produtor precisa participar do programa de boas práticas de fabricação da cooperativa, que é avaliado o ano inteiro. Isso garante a produção de um alimento seguro e de alta qualidade," acrescentou Caldeira.
A Capal também organiza palestras e workshops durante a Expoleite, oferecendo aos produtores oportunidades de aprendizado e atualização sobre as melhores práticas do setor. Esses eventos são fundamentais para promover a troca de conhecimentos e fortalecer a comunidade de produtores.
Outro destaque da feira é a crescente importância do café dentro da Capal. Fuga revelou que a cooperativa está se tornando uma referência na produção e exportação de café de alta qualidade: "Estamos ampliando a estrutura para comercialização de café. Já alcançamos quase um milhão de sacas por ano e estamos exportando diretamente, agregando valor para nossos produtores," explicou Fuga.
A Capal tem investido significativamente no setor de café, expandindo suas operações e infraestrutura para atender a crescente demanda. Em 2023, a cooperativa adquiriu uma nova estrutura em Piraju, São Paulo, para ampliar a capacidade de torrefação e comercialização. Essa expansão faz parte de uma estratégia de longo prazo para posicionar a Capal como líder no mercado de café. "Nossa meta é alcançar a excelência em todas as etapas da cadeia produtiva do café, desde a assistência técnica aos produtores até a exportação do produto final. Estamos empenhados em fornecer um café de alta qualidade que possa competir nos mercados mais exigentes do mundo," destacou Fuga.
O enfoque na integração entre os setores de café e leite, simbolizado pela palestra simultânea para cafeicultores e a premiação dos melhores produtores de leite, reflete a visão da Capal de unir tradição e inovação. Essa integração é vista como uma oportunidade para fortalecer a posição da cooperativa no mercado e oferecer aos produtores uma plataforma para compartilhar conhecimento e melhores práticas.
Fernando Maximiliano, gerente de Inteligência de Mercado Café da Stonex, iniciou sua fala destacando o cenário único do mercado de café: "Estamos em um momento único, com mais de cinquenta por cento da safra brasileira colhida e com os preços em patamares elevadíssimos. Nova York e Londres estão com máximas históricas, resultando em preços elevados também no mercado doméstico brasileiro."
Maximiliano explicou que a combinação de vários fatores, como a quebra da safra na Ásia e problemas produtivos em diversos países, tem impulsionado a valorização dos preços: "Temos um conjunto de fatores que impactam o mercado de café, desde problemas produtivos na Ásia até questões macroeconômicas e climáticas, tudo contribuindo para essa valorização tanto no mercado exterior quanto no doméstico."
Em sua palestra, Maximiliano enfatizou a importância da transparência no mercado de café: "O mercado de café tem um problema de falta de transparência. A ideia principal da minha palestra é trazer clareza para o produtor, mostrar os pontos que impactam o mercado e os que não impactam tanto, ajudando-o a tomar decisões mais informadas."
Segundo Maximiliano, os produtores devem estar atentos às tendências e condições que afetam o mercado de robusta, que atualmente tem dado o direcionamento dos preços: "Mesmo que os produtores não estejam familiarizados com o café robusta, é importante acompanhar as tendências desse mercado, pois ele tem afetado significativamente os preços do café arábica."
Maximiliano também abordou a importância histórica do Paraná na produção de café: "O Paraná faz parte da história do café no Brasil. Já foi o maior produtor brasileiro e mundial de café, mas a geada negra da década de 1970 mudou a trajetória da cafeicultura no estado. Mesmo assim, o Paraná continua sendo um estado muito importante para a produção de café."
Maximiliano finalizou sua participação destacando a importância da informação para os produtores: "O resultado da atividade dos produtores depende de vários fatores, incluindo como eles conduzem a propriedade e como comercializam o café. É essencial que o produtor tenha conhecimento para tomar decisões mais assertivas, especialmente em um mercado tão volátil como o do café."
Newton Openheimer Beraldo, coordenador do Negócio Café da Capal, ressaltou a importância do evento para a cooperativa e seus cooperados: "É uma honra para nós realizar este evento dentro da Expoleite. O negócio café é recente na Capal, começamos em 2019, e reunir esse volume de cooperados aqui é uma grande alegria."
Beraldo destacou os esforços da Capal para apoiar e desenvolver seus cooperados: "Nosso objetivo é munir os produtores com informações para a tomada de decisões, ajudando-os a produzir mais com menos e com melhor qualidade. Também buscamos oferecer as melhores condições de mercado para o que eles produzem, trazendo indicadores que auxiliam na tomada de decisão."
Segundo Beraldo, a Capal tem atualmente cerca de 360 cooperados voltados ao café, representando aproximadamente 10% da cooperativa, com uma produção potencial de meio milhão de sacas. "A produtividade dos nossos cooperados é altíssima, resultado de uma assistência técnica próxima e dedicada, ajustada às necessidades individuais de cada produtor."
A Capal tem participado fortemente tanto do mercado interno quanto externo, garantindo uma maior rentabilidade para os produtores: "Nosso modelo de padronização e comercialização tem gerado cada vez mais confiança e resultado em um aumento no volume de produção."
Beraldo destacou o papel da Capal em resgatar a importância do Paraná na cafeicultura: "A Capal vem revolucionando a cafeicultura do Paraná, resgatando uma tradição que muitos haviam deixado de enxergar como oportunidade. Temos conseguido impactar positivamente a região do Norte Pioneiro do Paraná, com uma abordagem diferenciada no atendimento aos cooperados."
A feira foi um momento único para que os produtores compartilhem suas experiências e aprendam uns com os outros, fortalecendo a comunidade agropecuária. A presença de parceiros comerciais e empresas de tecnologia agrícola também proporciona aos produtores acesso a novas ferramentas e inovações que podem melhorar suas práticas e aumentar sua produtividade.
