Sábado, 21 de Junho de 2025
12°C 19°C
Castro, PR
Publicidade

“Plano Safra deve ser política de Estado, não questão ideológica”, defende Lupion

Parlamentares cobram previsibilidade, criticam falta de diálogo e alertam para riscos de taxação sobre financiamento do agro

Por: Redação Fonte: FPA
10/06/2025 às 16h55
“Plano Safra deve ser política de Estado, não questão ideológica”, defende Lupion

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) realizou nesta terça-feira (10) o Seminário Plano Safra 2025/2026, com o objetivo de discutir fragilidades do programa atual e buscar soluções que garantam mais previsibilidade, maior volume de recursos e um seguro rural mais robusto no país. O evento reuniu parlamentares, lideranças do agro, especialistas em gestão de riscos e representantes do mercado financeiro para debater propostas concretas de aprimoramento do apoio ao produtor rural.

Para o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), o plano safra deste ano é “extremamente desafiador” diante do cenário de altos custos de produção, elevação do frete e ausência de garantias sobre a equalização de juros. Segundo ele, o maior desafio é transformar o programa em política de Estado, livre de vieses ideológicos ou eleitoreiros.

“Temos que tratar o plano safra como questão estratégica para o país, voltada a um setor que é essencial para a economia. Não é na prateleira do supermercado ou no porto de importação que se combate a inflação dos alimentos, mas sim apoiando nossos produtores. Essa é a hora de valorizar o agro brasileiro”, afirmou.

Continua após a publicidade
Anúncio

Lupion adiantou que deve se reunir com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, para discutir o financiamento ao setor e a possível taxação de instrumentos como LCA e Fiagro. Segundo ele, medidas desse tipo desestimulam investimentos no agro e configuram o pior cenário possível.

“Deixar de ser atrativo para os investidores é o pior caminho possível, por isso precisamos arrumar alternativas para o financiamento do setor. Estamos caminhando para o lado oposto, especialmente quando temos ministros que não conversam com o Congresso. Não sabemos o que vai ser feito no plano safra e nem de onde vem o dinheiro”, alertou.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente da FPA no Senado, também manifestou preocupação com as indefinições do governo e criticou os gastos públicos. Para ela, há um problema estrutural: o governo arrecada muito, mas gasta mal.

Continua após a publicidade
Anúncio

“Disse há algum tempo que não gostaria de ser ministra da Agricultura neste momento. Sabia que seria um plano safra difícil por causa da desorganização fiscal. Mesmo arrecadando, o governo não prioriza o setor que mais impulsiona a economia. Queremos ser parceiros do ministro Fávaro, mas é preciso entregar um plano compatível com a importância do agro”, afirmou.

O vice-presidente da FPA na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), defendeu medidas objetivas para reduzir a burocracia e aproximar o que é anunciado pelo governo daquilo que de fato chega aos produtores. Ele reforçou que o setor agropecuário não é subsidiado, ao contrário do que se costuma dizer.

“O que pedimos é fruto do diálogo com as entidades do agro. Não estamos só reivindicando, estamos há tempos sugerindo alternativas para que o plano seja justo para os produtores rurais. O nosso setor não é subsidiado como a maioria pensa e estamos sempre lutando para que os trabalhadores do campo tenham o mínimo para conseguir trabalhar”, esclareceu.

Críticas ao governo

Durante o seminário, parlamentares também fizeram críticas ao governo federal. O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara (CAPADR), afirmou que há um alinhamento entre os ministérios contra o agro.

“Estamos preocupados com os produtores rurais. Este governo persegue o setor produtivo. É difícil ser diplomático quando se observa o tratamento dado ao agro. Há um alinhamento dos ministérios contra quem produz”, disse.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), ex-presidente da FPA, afirmou que as ações da bancada têm sido voltadas mais para conter retrocessos do que para celebrar avanços. Ele criticou os gastos públicos e defendeu o setor produtivo. “O governo gasta muito e gasta mal. Coloca a mão no bolso de quem produz porque não sabe administrar. Isso prejudica o agro e, por consequência, toda a sociedade”, afirmou.

O senador Jaime Bagattoli (PL-SC) reforçou a necessidade de o governo reconhecer a importância estratégica do setor agropecuário. “O Brasil enfrenta dificuldades, mas o governo ainda não entendeu que o agro é a mola propulsora do país. Falta segurança para quem trabalha e investe no setor”, avaliou.

Crédito Rural

Um dos pontos centrais do debate foi a necessidade de ampliar e diversificar as fontes de crédito rural, com mais previsibilidade e menos risco. Para Linda Murasawa, diretora da Fractal, os ciclos de instabilidade climática e econômica comprometem o acesso dos produtores ao financiamento.

“Vivemos um momento de riscos extremos, que elevam as taxas de juros. Quanto maior o risco, maior o custo do crédito e maiores as perdas de safra. Isso diminui a oferta de seguros e pode excluir os produtores do sistema de financiamento no futuro. É uma situação preocupante”, alertou.

Para Octaciano Neto, produtor rural e fundador da Zera.ag, se não existir um controle de gastos públicos, o país vai correr atrás de uma solução cada vez mais difícil. “Se o Brasil gastar menos do que arrecada, nós teremos alguma chance. Mas se tudo continuar como está, não teremos taxas possíveis de serem trabalhadas e o setor continuará penando com os próximos planos.”

Castro, PR
13°
Chuva
Mín. 12° Máx. 19°
13° Sensação
2.57 km/h Vento
96% Umidade
81% (0.4mm) Chance chuva
07h03 Nascer do sol
07h03 Pôr do sol
Domingo
18° 13°
Segunda
17°
Terça
10°
Quarta
17°
Quinta
15°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,52 +0,17%
Euro
R$ 6,35 +0,00%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 598,068,24 -1,22%
Ibovespa
137,115,83 pts -1.15%
Publicidade
Publicidade
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada
Publicidade