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Pesquisadores da UEPG atuam no reconhecimento do sistema de erva-mate junto à ONU

A pesquisa do PPGH-UEPG sobre as práticas tradicionais e agroecológicas da erva-mate, com Lessandra Izabel de Carvalho, Evelyn Nimmo e Robson Laverdi, contribuiu para que a FAO reconhecesse o sistema como Patrimônio Agrícola Mundial.

Por: Redação Fonte: Texto: Jéssica Natal | Fotos: Jéssica Natal e Luciane Navarro /UEPG
07/06/2025 às 09h39
Pesquisadores da UEPG atuam no reconhecimento do sistema de erva-mate junto à ONU
A erva-mate do Paraná agora é Patrimônio Agrícola Mundial!

Alessandra Izabel de Carvalho, Evelyn Nimmo e Robson Laverdi percorreram o Centro-Sul do Paraná, por cerca de oito anos, para ouvir produtores de erva-mate da região. A pesquisa sobre práticas tradicionais e agroecológicas, ligada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PPGH-UEPG), rendeu resultados positivos.

Em maio deste ano, os Sistemas Tradicionais e Agroecológicos de Erva-mate do Paraná foram reconhecidos como Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam), junto ao Comitê Científico da Organização das Nações Unidas Para Alimentação e Agricultura (FAO). Parte da conquista veio pela contribuição dos pesquisadores da instituição.

“É uma alegria e um orgulho imensos, pois a nossa intenção sempre foi dar visibilidade e, de alguma forma, contribuir para a valorização dos sistemas tradicionais e agroecológicos de erva-mate e, sobretudo, dos pequenos agricultores, que são verdadeiros agentes ambientais, pois têm mantido em pé os remanescentes da Floresta com Araucária”, destaca a professora Alessandra.

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A candidatura foi feira pelo Observatório dos Sistemas Tradicionais e Agroecológicos de Erva-mate, em 2020, entidade na qual a UEPG é signatária. Com a conquista, o sistema de erva-mate passa a ser o segundo Sipam do Brasil, juntamente com os apanhadores de flores sempre-vivas de Minas Gerais.

Em 2017, os professores começaram as viagens pelas regiões de Rebouças, Inácio Martins, Irati, São João do Triunfo e São Mateus do Sul, para entrevistar os pequenos agricultores de erva-mate, que se autointitulam erveiros, uma forma de se diferenciarem dos ervateiros, que são os donos da indústria. “Esse trabalho deixa claro que as ciências humanas são tão importantes quanto qualquer outra área para enfrentar desafios concretos da sociedade”, explica o professor Robson Laverdi. Para ele, estar com os erveiros, escutar, aprender no território e construir soluções coletivas por meio da história oral demonstrou, na prática, a relevância da pesquisa.

“Não nos limitamos ao debate teórico: atuamos diretamente para que saberes e modos de vida fossem reconhecidos e protegidos em escala internacional. Participar desse processo reforçou minha convicção de que a pesquisa em história deve intervir, transformar e gerar resultados práticos. O reconhecimento dos sistemas tradicionais de erva-mate prova que a universidade, junto com a comunidade, faz diferença e cria impacto social real”.

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Para se encaixar como um Sipam, o sistema deve produzir alimentos com qualidade, manter a capacidade de gerar renda e trabalho para agricultores e auxiliar na preservação do meio ambiente. A professora Evelyn Nimmo explica que o grupo documentou os conhecimentos, memórias e histórias das famílias que usam ainda esses sistemas, “porque os pesquisadores da Embrapa, todos Engenheiros Florestais ou Agrônomos entendiam que para entender o sistema e a floresta, precisavam entender as culturas, práticas e conhecimentos associados”. O trabalho de documentar e registrar valorizou a continuação das práticas agroecológicas dos produtores tradicionais. “A partir dessas pesquisas iniciais, conseguimos entender melhor esses sistemas do ponto de vista sociocultural e desenvolver a candidatura para o reconhecimento, considerando que a parte social, da história e da cultura, são tão importantes para a candidatura quando a parte ambiental”, salienta.

A prática e a proteção

A produção de erva-mate tem raízes na prática cultural dos povos indígenas, quando a planta começou a ser cultivada em sombra, nos bosques da Floresta de Araucária. Com a chegada dos espanhóis no século 16, na Bacia do Rio da Prata, as técnicas de colheita e processamento das folhas foram apropriadas e rapidamente impulsionaram a economia da região. Com o passar do tempo e o desenvolvimento de indústrias, a prática de cultivo tradicional ficou ameaçada, com grandes produtores cultivando a planta a pleno sol ou com muitos agrotóxicos.

Com o reconhecimento como Sipam, cerca de 7 mil agricultores e agriculturas familiares têm protegidas a produção agrícola, a manutenção de tradições e as técnicas populares. A conquista também impacta diretamente no reconhecimento da qualidades das pesquisas produzidas no PPGH. “Pesquisas em história podem ser aplicadas e relevantes. Alunos e professores vivenciaram a metodologia em campo, enfrentaram situações reais e participaram de processos de escuta, análise e devolução social. O Programa se fortaleceu justamente por mostrar que é possível unir rigor acadêmico e compromisso público”, salienta Robson.

O reconhecimento traz muitas oportunidades para o PPGH, em termos de projetos de pesquisa e engajamento com comunidades, segundo Evelyn. “Os alunos têm a oportunidade de fazer parte de um projeto, ou um movimento, que faz uma diferença na comunidade e que foi desenvolvido de uma maneira participativa. A possibilidade de aprender e colocar em prática essa metodologia de fazer pesquisa e extensão é muito especial e único”.

Em dezembro de 2021, a instituição esteve presente no encontro liderado pela FAO em Irati, para apresentar a candidatura dos sistemas tradicionais e agroecológicos de erva-mate como um Sipam. “A nossa pesquisa sempre fez parte de projetos multidisciplinares, que são muito mais desafiadores, obviamente, mas que tendem a ter um alcance social ampliado, como demonstra esse reconhecimento. A candidatura foi exatamente isso, um encontro de saberes: saberes tradicionais, técnicos e acadêmicos, todos mobilizados em torno de uma causa em comum”, finaliza a professora Alessandra.

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