Ultimamente, como você tem visto nos noticiários, a quantidade de empresas entrando em recuperação judicial aumentou demais — e isso tem respingado diretamente no produtor rural. Estamos falando de empresas que comercializam insumos, compram grãos e que, de uma hora para outra, não pagam mais o que devem.
Em 2024, só para você ter ideia, foram 1.272 pedidos de recuperação judicial no Brasil, segundo dados da Serasa Experian. Desses, 297 partiram de empresas ligadas ao agro — muitas delas responsáveis por comprar sua produção ou fornecer os insumos que você precisa para plantar.
E tem mais: segundo matéria da Globo Rural, apenas no ramo de defensivos, adubos e sementes, foram mais de 45 empresas em recuperação judicial, acumulando juntas um rombo superior a R$ 9 bilhões.
E sabe o que acontece quando uma dessas empresas quebra?
Você, produtor, fica no prejuízo. Fica com grão entregue e sem receber.
Fica com a promessa… e sem dinheiro.
Primeiro: nada de “fio do bigode”. Essa fase já passou. Hoje em dia, confiança se escreve, se registra, se formaliza. Tudo precisa estar documentado. Palavra não sustenta contrato.
Segundo: não concentre suas vendas em uma só empresa. Por melhor que pareça, por mais que o preço seduza, se ela cair, te leva junto. Diversificação não é apenas estratégica — é questão de sobrevivência.
Terceiro: faça uma análise da empresa com quem você está negociando. Dá pra saber se ela já está respondendo a processos, se tem dívidas grandes, se está atrasando fornecedores. Contrate um profissional para isso. Um advogado de confiança que saiba onde olhar.
Quarto: olhe para o entorno. Quais empresas estão sólidas na sua região? Quem são os concorrentes? Tem alguém com histórico melhor? Quem é estável, quem é risco? Saber isso te dá poder de decisão.
Quinto: seguro e hedge não são luxo, são estratégia. Trave o mínimo do seu custo com operações financeiras seguras. Faça o seguro da produção. Proteja o que você tanto trabalhou para colher.
E sexto, talvez o mais importante: não ache que isso não vai acontecer com você.
Produtor que antecipa risco colhe mais que soja: colhe segurança.
Se você quer continuar recebendo conteúdos como esse, com dicas práticas, linguagem direta e visão estratégica, me acompanha nas redes sociais. Eu falo a língua do campo, entendo o dia a dia e estou aqui para ajudar você a proteger o que construiu.
Allan Paisani é advogado (OAB/PR 45.467 e OAB/SP 405.139) com mais de 15 anos de experiência. Fundador do escritório que leva seu nome, atua com propósito: transformar gestão patrimonial, financeira e familiar em segurança, economia e rentabilidade para o campo.