A avaliação de imóveis rurais é um pilar essencial na gestão eficiente e na governança de propriedades. No cenário empresarial contemporâneo, conceitos como ESG (ambiental, social e governança) têm ganhado destaque, e a avaliação de uma propriedade rural se enquadra diretamente no pilar de governança, proporcionando ferramentas para uma tomada de decisão mais estratégica e embasada.
O valor de uma propriedade rural pode ser definido a partir de diferentes metodologias, regulamentadas pela NBR 14653, que estabelece normas claras e técnicas para avaliação de imóveis no Brasil. Essa atividade deve ser realizada por profissionais capacitados, como engenheiros agrônomos ou corretores de imóveis com inscrição no Cadastro Nacional de Avaliadores de Imóveis (CNAI), garantindo credibilidade e precisão no processo.
Uma avaliação bem conduzida vai além do simples cálculo do valor de mercado. Ela contribui em diversos contextos, como processos tributários envolvendo ITBI ou ITCMD, em que se considera o valor da terra nua com base na classificação do solo, localização, uso, e presença de áreas improdutivas ou de reserva legal. Nesse aspecto, a avaliação adequada pode gerar economia tributária significativa, além de evitar conflitos e litígios em processos legais.
Outro uso crucial da avaliação rural é em contextos de inventário e divisão de áreas entre sucessores. Nesses casos, a análise imparcial e técnica proporciona transparência e equidade, facilitando acordos e reduzindo tensões familiares. Além disso, a avaliação de crédito para captação de recursos tem se tornado cada vez mais indispensável, especialmente em um mercado dinâmico que oferece mais de dez formas diferentes de financiamento. Conhecer o potencial produtivo da propriedade é fundamental para acessar investimentos que possibilitem expansão, aquisição de novas áreas ou custeio agrícola.
A avaliação agrícola também é um indicador claro de como a atividade produtiva está sendo conduzida. Um levantamento técnico aponta aspectos como o aproveitamento do solo, áreas de preservação, produtividade e infraestrutura, auxiliando na identificação de pontos de melhoria. Esses dados são essenciais para o planejamento estratégico, a busca de eficiência operacional e o alinhamento da propriedade com práticas sustentáveis.
Ademais, no contexto do ESG, propriedades rurais que possuem avaliações regulares demonstram compromisso com a transparência e com a boa governança, fortalecendo sua imagem no mercado e aumentando o interesse de investidores. A análise técnica e criteriosa também possibilita o planejamento de ações que alinhem a produção à sustentabilidade, gerando impacto positivo nos pilares ambiental e social.
Portanto, a avaliação de propriedades rurais não deve ser encarada apenas como uma medida pontual para vendas, mas como uma ferramenta estratégica de gestão e governança. Ela proporciona benefícios amplos, como acesso facilitado a crédito, otimização de tributos, valorização de mercado e maior compreensão do potencial da propriedade. Em um mercado que exige inovação e eficiência, investir em uma avaliação agrícola regular é essencial para impulsionar resultados e garantir a perenidade do negócio rural.
Seja qual for o objetivo — tributação, inventário, captação de recursos ou planejamento estratégico —, a avaliação agrícola representa um investimento valioso para proprietários que buscam aproveitar ao máximo o potencial de suas terras, garantindo, ao mesmo tempo, sustentabilidade e governança. Afinal, conhecer o valor real de uma propriedade é o primeiro passo para tomar decisões acertadas e construir um futuro próspero no agronegócio.
*Autor: Luiz Francisco Araujo da Costa Vaz – Corretor de Imóveis , Engenheiro Agrônomo e Pecuarista – VAZ CONSULTORIA