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O papel das universidades como agentes de transformação na gestão da informação e transparência no setor sucroenergético

O avanço tecnológico, no entanto, só será eficaz se for guiado por transparência e ética – valores que estão no cerne das universidades.

Por: Redação Fonte: Heloisa Burnquist
22/10/2024 às 14h42
O papel das universidades como agentes de transformação na gestão da informação e transparência no setor sucroenergético
Heloisa Burnquist Professora da Esalq/USP e pesquisadora do Cepea [email protected]

No atual cenário do agronegócio, a informação se tornou um dos ativos mais valiosos, e quem melhor gerencia esse recurso tem o poder de moldar o futuro desse importante segmento produtivo. Universidades e centros de pesquisa, como o Cepea, da Esalq/USP, desempenham um papel essencial ao definir os preços pagos pelas usinas de bioenergia para os produtores da cana. Mas essa responsabilidade vai muito além de simples números – ela exige precisão, transparência, eficiência e, acima de tudo, imparcialidade. Afinal, não estamos falando apenas de negócios; estamos falando do sustento de milhares de produtores e da sustentabilidade de uma das indústrias mais estratégicas do País.

Agora, imaginemos o impacto que a inovação tecnológica pode ter nesse cenário. Ferramentas como inteligência artificial e big data estão transformando a maneira como tomamos decisões. Integradas a sistemas como os Indicadores do Sucroenergético do Cepea, essas tecnologias podem prever tendências de mercado com precisão jamais vista. Você consegue imaginar os benefícios dos produtores antecipando flutuações de preço e clima, ajustando suas operações em tempo real?

Esse avanço tecnológico, no entanto, só será eficaz se for guiado por transparência e ética – valores que estão no cerne das universidades. Diferentemente de muitas empresas privadas, que podem priorizar o lucro, as universidades têm o interesse público como sua principal missão. Isso significa tratar pequenos, médios e grandes produtores de maneira justa, levando em consideração as peculiaridades de cada operação, seja esta automatizada ou não.

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A verdadeira força das universidades está em criar indicadores que representem todos, sem exceção. E, com isso, estreitar os elos das cadeias e azeitar a criação de políticas públicas capazes de transformar a realidade do campo.

Além de gerar e compartilhar informações publicamente, as universidades garantem a continuidade das pesquisas, permitindo que dados não sejam apenas estatísticas frias, mas poderosas ferramentas de mudança. Com esses dados, políticas mais eficientes podem ser formuladas, capazes de impulsionar o setor agrícola e beneficiar toda a sociedade. Mas, aqui, surge outra provocação: será que o setor privado está preparado para lidar com o mesmo nível de rigor ético e transparência? As universidades contam com comitês de ética e revisões por pares, garantindo que as informações sigam os mais altos padrões de qualidade e confiabilidade – algo fundamental em um setor no qual dados podem definir o preço que milhares de produtores irão receber.

Agora imagine o poder dessa colaboração. O setor privado, com seu dinamismo, e as universidades, com seu compromisso ético, trabalhando juntos para implementar inovações que não só acelerem o avanço tecnológico, mas também garantam que ele beneficie a todos, inclusive os pequenos produtores. Essa colaboração não só ampliaria o acesso a novas tecnologias, mas também tornaria o setor mais inclusivo. Será que estamos prontos para construir essas pontes e transformar o setor agrícola em algo ainda maior?

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E aqui está o verdadeiro impacto de tudo isso: transparência na gestão das informações não só constrói confiança, mas também empodera os produtores. Saber como os preços são calculados e ter acesso a dados claros sobre as taxas de pagamento não é apenas uma questão de justiça; para muitos, é uma questão de sobrevivência. Especialmente para pequenos produtores, que dependem dessa renda e não podem se dar ao luxo de serem prejudicados por avaliações injustas.

Capacitar esses produtores é outro ponto fundamental. Não basta fornecer dados, é preciso garantir que eles saibam interpretá-los e aplicá-los em suas operações. As universidades podem ser o elo que transforma conhecimento em prática, oferecendo treinamentos e cursos que capacitem agricultores a tomar decisões mais informadas.

Ao promover essas inovações e garantir transparência, as universidades também estão ajudando o Brasil a se posicionar de forma competitiva no cenário global. Em um mundo em que sustentabilidade e responsabilidade social são mais exigidas do que nunca, o setor agrícola brasileiro tem a oportunidade de se destacar. Com as práticas promovidas pelas universidades, o Brasil pode liderar essa transformação. Mas, novamente, a pergunta é: estamos prontos para assumir esse protagonismo?

Ao implementar sistemas modernos, como os Indicadores do Sucroenergético do Cepea, as universidades não apenas oferecem dados, mas pavimentam o caminho para um setor mais justo e equilibrado. Plataformas de coleta de informações, como APIs, trazem inovação ao setor, mas é o compromisso com a ética e a transparência que realmente garante o sucesso a longo prazo. Além disso, os dados gerados nas universidades não apenas guiam o mercado, mas também embasam políticas públicas mais eficientes. Com essas informações, é possível criar um ambiente de equidade, no qual os benefícios são distribuídos de forma justa entre produtores, empresas e a sociedade. O conhecimento acadêmico, assim, se torna uma chave essencial para moldar um futuro mais justo e eficiente para a agricultura.

Então, a pergunta que fica é: é esse o cenário que queremos? Um cenário onde dados confiáveis e acessíveis empoderam os produtores, tornando suas decisões mais informadas e justas, e onde a transparência fortalece as relações entre todos os atores do agronegócio? Se a resposta for positiva, as universidades, com sua ética, neutralidade e capacidade de inovação, já estão mostrando o caminho. Ou são cenários sem pontes sólidas entre produtores de cana e usinas que levaram décadas para ser construídas? Existe alguém calculando os riscos dos cenários mais prováveis mediante a persistência de um impasse?

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