O Plano Safra 2023-2024, recentemente anunciado pelo Ministério da Agricultura, trouxe à tona questões cruciais para o setor agrícola brasileiro. Na rede oficial da Abramilho, Paulo Bertolini, presidente da entidade, compartilhou suas perspectivas sobre as subvenções, os desafios de armazenagem e as expectativas para o futuro do agronegócio no país. Bertolini enfatizou a importância de um suporte financeiro robusto e destacou as principais lacunas do plano atual.
Paulo Bertolini começa destacando a importância das subvenções no Plano Safra, apontando para uma discrepância significativa entre o solicitado e o concedido. "O ministério da agricultura no começo do ano nos solicitou sugestões para o Plano Safra que foi anunciado hoje. Havíamos solicitado vinte e dois bilhões de subvenção, mas do total solicitado veio dezesseis ponto três bilhões, portanto, abaixo daquilo que a gente esperava como sendo o ideal pra esse momento atual da agricultura brasileira", afirmou Bertolini.
A subvenção, segundo ele, é essencial para o desenvolvimento dos agricultores familiares e empresariais, funcionando como um subsídio crucial. "Subvenção é aquilo que realmente o Tesouro Nacional desembolsará em forma de subsídio nas diversas linhas do Plano Safra, que são de agricultores familiares e também de agricultores empresariais", explicou.
Subvenções Insuficientes: Bertolini detalhou que, apesar de um pedido robusto, o valor concedido não foi suficiente para atender às necessidades do setor. "Pedimos também três bilhões para irrigação, veio dois ponto seis, e para armazenagem foi uma diferença muito maior. Veio metade daquilo que nós solicitamos, que eram quinze bilhões", disse ele, destacando a insuficiência dos recursos destinados à armazenagem, um dos maiores gargalos do setor.
Déficit de Armazenagem: A questão da armazenagem é um ponto crítico. O Brasil enfrenta um déficit significativo, que afeta diretamente a capacidade de armazenar a produção crescente ano após ano. "O Brasil tem cento e vinte milhões de toneladas de déficit de armazenagem. Todo ano cresce cinco milhões justamente por falta de investimento em armazenagem, por falta de financiamento em armazenagem", afirmou Bertolini.
Ele destacou que, sem os investimentos necessários, o déficit tende a aumentar, criando uma cadeia de desafios para os produtores. "Portanto, a nossa expectativa é que o déficit de armazenagem continue crescendo em função de não termos recursos suficientes", disse.
Expectativas para o Segundo Rural: Outro ponto levantado por Bertolini foi o segundo rural, uma linha de crédito crucial para muitos agricultores, mas que ainda carece de detalhes sobre sua implementação. "Também fizemos um pleito para o segundo rural, só que não foi anunciado os detalhes de como ele vai funcionar no atual Plano Safra. Esperamos que ele venha robusto, compatível com a necessidade brasileira", afirmou ele.
A fala de Paulo Bertolini reflete as preocupações e expectativas dos agricultores brasileiros diante do novo Plano Safra. Com subvenções abaixo do solicitado e um déficit de armazenagem crescente, o setor enfrenta desafios significativos que precisam ser abordados para garantir a sustentabilidade e o crescimento do agronegócio no Brasil. Bertolini deixa claro que, sem os investimentos adequados, o futuro do setor pode ser comprometido, afetando não apenas os produtores, mas toda a cadeia produtiva e a economia nacional.
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