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Pesquisa do Prosolo mede radiação no solo para combater processo erosivo.

Resultados do estudo vão ajudar a identificar tipos de manejo mais adequados para conservação do solo

Redação
Por: Redação Fonte: Redação
21/07/2020 às 15h54
Pesquisa do Prosolo mede radiação no solo para combater processo erosivo.
O programa prevê a implantação de práticas de controle de erosão, adequados aos tipos de solo, manejos e culturas específicas nas diferentes regiões do Paraná.

Desde 2016, o Programa Integrado de Conservação do Solo e Água (Prosolo) incentiva a elaboração de estratégias e projetos de recuperação e controle de solo nas propriedades rurais paranaenses. O programa, criado pelo governo do Estado com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, tem na pesquisa científica um de seus pilares. Por meio da Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada (RedeAgroParaná), os trabalhos estão sendo desenvolvidos para ajudar, a partir dos resultados consolidados, na implantação de práticas de controle de erosão, adequados aos tipos de solo, manejos e culturas específicas nas diferentes regiões do Paraná.

 

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Dentre as 35 pesquisas em andamento no âmbito do Prosolo, o pesquisador e professor Avacir Andrello, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), está à frente de um dos subprojetos vinculados ao Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater de Londrina, que coordena o projeto central. O trabalho, cujos primeiros resultados foram divulgados no final de maio deste ano, monitora o processo erosivo do solo por meio da quantificação do elemento radioativo Césio-137. 

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A metodologia do Césio-137 indica o processo erosivo laminar, que raramente conseguimos observar a olho nu. Basicamente é o transporte do solo, normalmente rico em nutrientes, para fora da área de cultivo”, resume Andrello. 

 

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O principal objetivo do estudo é identificar o processo erosivo que ocorreu no solo de determinado local nos últimos 60 anos. Segundo o professor, isso é possível por meio da metodologia do Césio-137, um elemento radioativo com origem androgênica, ou seja, introduzido no meio ambiente por atividade humana. 

 

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“O Césio-137 entrou no solo global, majoritariamente, devido aos testes nucleares de superfície que aconteceram nas décadas de 50, 60 e 70, principalmente por causa da corrida armamentista entre Estados Unidos e União Soviética. Naquela nuvem que sobe quando explode uma bomba nuclear tem solo pulverizado e todas as partículas de fissão do Urânio estão distribuídas naquilo. Essa nuvem espalha partículas pelo globo”, explica o professor. 

 

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Ainda que a concentração de Césio-137 no solo brasileiro seja muito menor em relação ao Hemisfério Norte – cerca de um décimo –, a detecção de radiação nas amostras permite determinar o processo erosivo em uma área. 

 

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“Considerando que, no Brasil, o cultivo agrícola em massa começou a tomar corpo a partir do início da década de 70, com a entrada de maquinários, esse monitoramento em determinada área permite ver como se deu todo o processo erosivo desde o início da mecanização agrícola”, destaca o pesquisador. 

 

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Resultados práticos 

 

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A pesquisa realizada por Andrello consiste na análise de solo de megaparcelas de áreas com e sem terraceamento. Os primeiros resultados são decorrentes apenas do monitoramento das áreas agrícolas sem terraços. Nestes, a taxa de erosão anual correspondente a 2 milímetros de solo por hectare. “Em 60 anos, 12 centímetros de solo foram erodidos. Isso, para o agricultor, acarreta em mais custo e mais trabalho, porque a camada cultivável e mais rica em nutrientes foi embora. Será necessário entrar com mais adubação, realizar correção de solo, fazer introdução de matéria orgânica”, elenca Andrello. 

 

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A coleta de novas amostras para análise das áreas com terraços, no momento, permanece paralisada devido à pandemia do novo coronavírus. Apesar disso, o professor adianta que os resultados entre as duas áreas não devem apresentar diferenças discrepantes, visto que a metodologia do Césio-137 é direcionada para identificar efeitos à longo prazo. 

 

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Futura metodologia 

 

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Segundo Andrello, a aplicação de Berílio-7, gerado constantemente devido à interação com elementos da atmosfera, para obtenção de resultados à curto prazo também é um dos próximos passos da pesquisa. “Essa técnica vai dar um retorno mais pontual sobre as práticas agrícolas utilizadas agora, se estão sendo eficientes para conter a erosão”, adianta. 

 

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Com os resultados da pesquisa, o produtor rural poderá entender quais técnicas de manejo foram mais prejudiciais e contribuíram para o processo erosivo da sua área de cultivo ao longo dos anos. Dessa forma, será possível identificar as práticas mais apropriadas para conservação do solo na sua região. 

 

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Pesquisa e inovação 

 

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A Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada (RedeAgroParaná) foi estruturada em setembro de 2017, por meio de parceria entre a Fundação Araucária, a Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI) e o SENAR-PR. No mesmo ano, via chamada pública da Fundação Araucária, foram selecionados 35 projetos sobre conservação de solo e água para integrarem a RedeAgroParaná. 

 

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As pesquisas são divididas de acordo com sete mesorregiões do Estado, com exceção do Litoral, atingindo 392 municípios paranaenses. Atualmente, 147 pesquisadores de 19 instituições, incluindo universidades (públicas e privadas) e centros de pesquisa, estão envolvidos no projeto. O aporte financeiro é de R$ 12 milhões, sendo metade financiado pelo SENAR-PR. “A RedeAgroParaná fomenta a produção de conhecimento científico como estratégia de desenvolvimento. Além disso, entende-se a necessidade e a importância de estimular a integração entre o setor produtivo e as entidades de pesquisa, alinhando ações que visam a coparticipação e podem trazer resultados determinantes para a elaboração de políticas públicas e outros projetos”, avalia o secretário-executivo do Prosolo, Werner Meyer Hermann Jr. Fonte Faep.

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