O que era uma paixão por cavalos transformou-se, em menos de uma década, em um centro de excelência no hipismo regional. O Clube Hípico de Ponta Grossa (CHPG), localizado no Centro Agropecuário Municipal Ayrton Berger, oferece aulas de equitação para alunos de todas as idades, hospedagem para equinos e treinamentos de alta performance, e vem conquistando espaço no cenário estadual e nacional.
Além das pistas coberta e descoberta que garantem conforto e segurança em diferentes condições climáticas, o CHPG oferece suporte veterinário especializado em medicina esportiva, acompanhamento nutricional e ferrageamento técnico para os cavalos atletas. E ainda vai além, com ações sociais que democratizam o acesso ao hipismo. Hoje o clube conta com mais de 60 alunos que vem se destacando no esporte.
Para entender melhor esse trabalho, conversamos com Angélica Onisko, presidente do CHPG, e com o instrutor de hipismo Wellington Garcia de Oliveira, que compartilham detalhes da rotina, conquistas e sonhos do clube.
ACOMPANHE AQUI A REPORTAGEM EM VÍDEO NO CANAL MINUTO RURAL. ATIVE AS NOTIFICAÇÕES E ACOMPANHE NOSSAS REPORTAGENS
História, superação e paixão pelos cavalos
Angélica Onisko, presidente do Clube Hípico de Ponta Grossa, conta que a ideia de fundar o CHPG surgiu de um grupo apaixonado por cavalos.
“__________________________
O clube nasceu de uma paixão por cavalos de um grupo de pessoas. Enfrentamos vários desafios, principalmente a falta de recursos financeiros e estrutura. Foi muito gratificante ver que conseguimos montar algo sólido apenas com trabalho voluntário”.
Hoje, o clube se orgulha de formar talentos que representam o município em provas nacionais e internacionais. “Nós fomentamos a equitação em Ponta Grossa, desenvolvendo técnicas para que nossos atletas possam competir em alto nível. E temos conseguido bons resultados”, afirma Angélica.
Entre os destaques mais recentes está a participação de quatro amazonas no Campeonato Paranaense de Amazonas, com pódios em diferentes dias e categorias. “Uma das meninas, a Estela Maciel, ficou em sexto lugar na série 60 cm. Foi emocionante. Também tivemos conquistas em Londrina e presença constante nos rankings estaduais”, destaca.
Formação técnica, acolhimento e valorização da comunidade
O CHPG acolhe alunos a partir dos quatro anos de idade e adota um modelo inclusivo e técnico ao mesmo tempo. “Nós tratamos todos de forma igual e incentivamos que nossos professores e colaboradores estejam sempre atualizados. A ideia é garantir que os alunos tenham acesso às técnicas corretas e avancem com eficiência”, explica a presidente.
Além das aulas pagas e do plano para sócios, o clube mantém o Projeto Social: Montar é Amar - Tassia Antunes, em homenagem a uma das fundadoras. “A Tassia era apaixonada pelo esporte e generosa com as pessoas. O projeto oferece aulas gratuitas a crianças em situação de vulnerabilidade, utilizando toda nossa estrutura”, diz Angélica. “Já temos alunos do projeto que estão se destacando e isso nos deixa muito felizes”, revela.
Conexão emocional e o papel dos cavalos atletas
Angélica também destaca o cuidado com os animais como uma das prioridades do clube. “Eles têm alimentação balanceada, acompanhamento veterinário e acesso diário aos piquetes, quando o clima permite. Nenhum cavalo fica parado ou esquecido. Eles são atletas e precisam de rotina de exercícios e muito carinho.”
A presidente tem uma ligação especial com o cavalo Kriguer, que a acompanhou em diversas conquistas.
“__________________________
Ele me ajudou em provas em Londrina, Curitiba e até em nossa prova interna. O Kriguer me entende. Somos uma dupla. Ele é parte da família e até o chamo de filho. Ganha coberta no frio, melancia, maçã e muito mimo”, conta.
Treinamento técnico e a importância do conjunto cavalo-cavaleiro
Quem garante a técnica dos atletas é o instrutor Wellington Garcia de Oliveira, que iniciou no hipismo ainda na infância e hoje se dedica à formação de novos talentos.
“______________________
A gente ensina desde quem nunca montou até formar grandes campeões. Trabalhamos o beabá do hipismo com base na equitação clássica, que é um esporte olímpico”, explica.
Wellington atua com alunos de vários níveis: iniciantes, intermediários, avançados e até na formação de novos cavalos. O cuidado é também com os animais. “Os cavalos precisam ser dóceis, parceiros do esporte. Não podem se assustar. O salto exige confiança entre o animal e o cavaleiro”.
O trabalho é focado no respeito e na construção da sintonia entre cavalo e cavaleiro. “O que buscamos é o conjunto. A harmonia. Explicamos aos alunos como entender o animal, seus sentimentos. A dedicação é o principal fator para o sucesso”.
Bem-estar animal como prioridade diária
Além dos treinos, os cavalos têm acesso a alimentação rigorosamente controlada com ração, feno e aveia. O banho diário, realizado em um espaço próprio, é outro cuidado importante. “O pelo saudável, a qualidade de vida, tudo isso influencia no desempenho em pista”, pontua o instrutor.
Wellington reforça que o CHPG valoriza o respeito ao animal em todos os momentos. “O cavalo precisa estar bem para ser um bom parceiro. E essa relação é ensinada aos alunos desde o início”.
O futuro do CHPG: mais estrutura, mais conquistas e mais inclusão
O CHPG quer crescer ainda mais. Para isso, busca patrocínios, pretende sediar etapas de ranking estadual e atrair mais visibilidade para o esporte na cidade. “Com isso, movimentamos o comércio local, os hotéis e tornamos Ponta Grossa um polo do hipismo”, planeja Angélica.
______________________________
O clube continua a investir em pessoas. “Estamos sempre tentando melhorar a estrutura e a técnica. E queremos que mais alunos se destaquem, que mais crianças tenham acesso ao hipismo. O esporte tem um poder transformador”, finaliza a presidente.