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A Indústria de Máquinas e Equipamentos cresceu no mercado interno, mas o comércio exterior preocupa

A receita interna avançou 35,5% em maio, mas as exportações caíram 5,9%; atingem recorde e pressionam a indústria nacional

Por: Redação Fonte: ABIMAQ
02/07/2025 às 18h09
A Indústria de Máquinas e Equipamentos cresceu no mercado interno, mas o comércio exterior preocupa
A Indústria de Máquinas e Equipamentos cresceu no mercado interno, mas o comércio exterior preocupa. Foto Toninho Anhaia

Os dados de desempenho da indústria de máquinas e equipamentos do mês de maio de 2025 mostraram um cenário de recuperação consistente do mercado interno, com avanço na receita líquida de vendas e no emprego, mas também evidenciaram desequilíbrios preocupantes no comércio exterior, com queda nas exportações e alta nas vendas.

De acordo com uma pesquisa de indicadores conjunturais, a receita líquida total de vendas do setor alcançou R$ 27 bilhões, o que representa uma alta de 26,3% em relação a maio de 2024. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo desempenho no mercado doméstico, que movimentou R$ 21,8 bilhões, um avanço de 35,5% na comparação anual. Já as exportações, que somaram US$ 989 milhões, registraram retração de 5,9% em igual base de comparação.

A continuidade da recuperação da demanda interna por máquinas e equipamentos reflete um cenário positivo, a resiliência das atividades fabricantes, a manutenção de obras em infraestrutura e o melhor desempenho da agricultura depois de um ano de fortes intempéries climáticas, mas o crescimento das simbólicas e a perda de participação das exportações sinalizando um quadro preocupante de competitividade para o setor industrial brasileiro.

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Exportações em queda e importações em alta

A queda das exportações foi puxada principalmente pelo retorno nas vendas de máquinas para logística, construção civil e componentes. Houve redução importante nas exportações para os Estados Unidos (18,3%) e América do Norte em geral, embora tenha tido crescimento para países como Argentina (+54,3%), China (+90,8%) e Emirados Árabes Unidos (+121,2%).

Enquanto isso, as importações de máquinas e equipamentos continuam em trajetória ascendente, totalizando US$ 2,675 bilhões em maio – um aumento de 5,2% em relação a 2024 e o maior volume já registrado para o período no acumulado do ano. A China respondeu por 32,4% das importações, seguida pela Alemanha e pelos Estados Unidos.

Há uma clara ampliação da presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, reflexo de uma concorrência internacional muitas vezes assimétrica, com subsídios e condições favorecidas em seus países de origem. Há 10 anos o índice de penetração de importação de máquinas e equipamentos era de 34%, hoje (Mai25) foi de 46,5%, houve, portanto, um aumento de 12,5 pp na taxa de penetração de importações no país nestes últimos 10 anos.

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Capacidade instalada e nível de emprego em alta

Apesar das pressões externas, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos subiu para 78,9%, 5 pontos percentuais acima do nível de maio do ano passado. O emprego também mostrou avanço, com 419 mil trabalhadores ocupados, número que representa crescimento de 8,3% em relação ao mesmo mês de 2024.

Perspectivas para o Setor

O setor de máquinas e equipamentos cerrou o mês de maio com desempenho positivo puxado pelo mercado doméstico. O consumo aparentemente cresceu 24%, refletindo o avanço da receita interna (+35,5%). Por outro lado, as exportações mantêm tendência de queda (-5,9%). Importações registra elevação da participação de produtos estrangeiros no mercado nacional. A utilização da capacidade e o número de trabalhadores seguem em alta, mas o ambiente externo e a concorrência internacional assimétrica geram preocupação.

Para o mês de junho a expectativa é de queda em relação ao mês de maio, o índice de confiança da indústria de máquinas e equipamentos divulgado pela FGV indicou redução da demanda em razão da piora no mercado doméstico, as exportações mais fracas deverão retornar aos níveis de abril25.

Apesar dos números positivos no primeiro semestre, o segundo semestre deve ser marcado pela desaceleração, em razão dos efeitos cumulativos do abertura monetária e da persistência de entraves estruturais no ambiente de negócios brasileiro.

Assim, embora o setor mantenha uma trajetória de crescimento em 2025, o ritmo será moderado. A previsão de crescimento de 3,7% na receita líquida de vendas no ano foi mantida, embora os modelos indiquem viés de alta. De toda forma o resultado representa desaceleração em relação ao segundo semestre de 2024, mas ainda consistente com uma recuperação gradual da indústria nacional de máquinas e equipamentos.

Desafios da indústria de máquinas e equipamentos:

  • Forte presença de importados, mesmo com desvalorização cambial
  • Queda contínua nas exportações, com retração nos EUA e setores-chave
  • Expectativa de desaceleração das atividades no segundo semestre
  • Cenário macroeconômico desafiador
  • Efeitos defasados da política monetária contracionista

 

Leia o relatório na íntegra aqui .

 

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