Na manhã de quarta-feira, 25 de junho, na Associação de Engenheiros Agrônomos do Campos Gerais em Ponta Grossa foi realizada uma importante reunião que reuniu representantes da Polícia Militar do Paraná, da Polícia Rodoviária Estadual, da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Núcleo Sindical Rural dos Campos Gerais e autoridades locais.
O encontro, que faz parte do planejamento estratégico anual da Patrulha Rural Comunitária, teve como foco a apresentação dos resultados na segurança no campo e o esclarecimento das novas regras para o trânsito de maquinário agrícola nas vias públicas da região dos Campos Gerais.
O objetivo foi fortalecer a integração entre produtores, sindicatos e forças de segurança, promovendo prevenção, segurança e fluidez nas atividades do setor rural.
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O Major Íncare Correa de Jesus, coordenador da Patrulha Rural Comunitária, apresentou os principais resultados das ações desenvolvidas pela corporação. Segundo ele, os encontros com os sindicatos têm o papel estratégico de prestar contas à comunidade e ajustar os rumos da atuação policial.
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Essa reunião faz parte do planejamento estratégico da corporação, com o objetivo de prestar contas aos presidentes dos sindicatos rurais e apresentar os resultados das ações da patrulha rural, e também orientações sobre o trânsito de maquinário agrícola. São medidas que visam reduzir a violência no campo, especialmente homicídios decorrentes de acidentes envolvendo veículos utilitários e agrícolas", explicou o Major Íncare.
Os dados apresentados mostram um avanço expressivo na segurança rural entre 2022 e 2024. “Crimes contra o patrimônio, como furto, roubo e dano, caíram cerca de 40%. Já os homicídios no campo reduziram aproximadamente 38%”, destacou. O major reforçou que isso é resultado de uma atuação integrada entre a comunidade e as forças policiais, com foco em ações preventivas e estratégias de inteligência. "Trabalhamos com base em dados estatísticos e denúncias que chegam de forma anônima ou direta aos policiais. Isso permite identificar pessoas com mandados de prisão em aberto e apreender armas ou drogas, evitando crimes antes que ocorram", acrescentou.
Outro pilar destacado pelo Major Íncare foi a importância dos grupos de comunicação comunitária via WhatsApp. Segundo ele, esses canais permitem que moradores compartilhem informações em tempo real com a polícia, ajudando a prevenir crimes. "Se o produtor identifica um carro estranho na estrada às 4 da manhã, ele já manda as informações para o grupo. Isso ativa a patrulha rural e o serviço de inteligência. É um sistema de vigilância mútua entre comunidade e polícia. Porém destaco que o chamado oficial de uma ocorrência deve ocorrer via o 190 ou aplicativo da Polícia Militar", destacou.
Ele também explicou como o produtor pode ingressar nesses grupos e se beneficiar das ações da patrulha rural.
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O produtor deve procurar o batalhão da Polícia Militar ou o sindicato rural de sua região. Após vistoria técnica da patrulha, ele pode ser incluído na rede de proteção e receber a placa de identificação da Patrulha Rural, que é fixada na entrada da propriedade, mostrando que o local é monitorado", orientou.
A outra frente do encontro abordou as novas diretrizes para o trânsito de maquinário agrícola nas rodovias. O Cabo Thiago Gomes Carrico, do Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual de Ponta Grossa, detalhou os critérios estabelecidos pela Resolução Contran nº 1017, em vigor desde 2024.
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O ponto principal é a sinalização. O maquinário deve ser visível para todos na via. A sinalização evita acidentes. Além disso, a resolução determina quando é necessária escolta, dependendo do tamanho da máquina", explicou.
Ele enfatizou que a responsabilidade pelo cumprimento da legislação é do proprietário do equipamento. "O produtor deve orientar seus funcionários quanto às normas. A resolução veio equilibrar segurança e viabilidade para quem precisa transportar esses equipamentos entre propriedades ou municípios", reforçou.
Segurança jurídica e apoio institucional ao produtor rural
A advogada Edvania Piccolo, representante da FAEP, ressaltou que a entidade apoia o projeto da Patrulha Rural por entender sua relevância estratégica. "O sistema FAEP abraçou essa bandeira por entender a necessidade de segurança no campo. Trabalhamos junto aos sindicatos para cadastrar propriedades e facilitar a localização pela Polícia Militar em caso de emergência", destacou.
Edvania também explicou os critérios para o transporte de máquinas:
Até 2,80 m de largura: pode transitar com Renagro e condutor habilitado.
De 2,80 m a 3,20 m: é necessário escolta e sinalização adequada.
De 3,20 m a 4,50 m: requer autorização especial de trânsito e escolta.
Acima de 4,50 m: deve ser transportada embarcada.
"O trânsito precisa acontecer com segurança. Se tiver dúvidas, o produtor deve procurar a Polícia Rodoviária Estadual, PRF ou a Patrulha Rural para orientações", recomendou.
O secretário de Agricultura de Ponta Grossa, Izaltino Cordeiro dos Santos, também participou do evento e enfatizou a importância da mobilização coletiva. "Segurança não é só uma questão econômica, mas de bem-estar para quem vive no campo. A Patrulha Rural e os sindicatos vêm fazendo esse elo entre produtor, segurança e sociedade", disse.
Encerrando o encontro, o anfitrião Gustavo Ribas Netto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa e do Núcleo Sindical Rural dos Campos Gerais, celebrou os avanços e reforçou a importância da proximidade entre entidades e forças de segurança:
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A produção rural precisa de segurança. Ter aqui a presença da Polícia Militar, dialogando sobre nossas demandas, é essencial. E com o trânsito de máquinas, esse alinhamento é ainda mais necessário. O conjunto sempre melhora os resultados", concluiu.
O encontro em Ponta Grossa evidenciou que a segurança no campo vai muito além de números: ela é construída com diálogo, prevenção, responsabilidade compartilhada e presença ativa das instituições e união entre produtores, sindicatos e forças de segurança é o caminho mais sólido para garantir tranquilidade no meio rural.