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China autoriza DDG brasileiro e fortalece imagem da biotecnologia no agronegócio

Após missão oficial à China, a Abramilho celebra a autorização para exportação de DDG, subproduto do etanol de milho, destacando os avanços da biotecnologia brasileira, os desafios nas negociações e os impactos econômicos dessa conquista para a cadeia do milho.

Por: Redação Fonte: Toninho Anhaia
20/05/2025 às 13h13
China autoriza DDG brasileiro e fortalece imagem da biotecnologia no agronegócio
Abramilho defende biotecnologia brasileira e conquista abertura do mercado chinês para o DDG. Fotos divulgação

A recente autorização da China para importação do DDG (grão seco de destilaria, subproduto da produção de etanol de milho) representa um marco nas relações comerciais sino-brasileiras e sinaliza uma nova fase para o agronegócio nacional. A conquista é fruto de uma missão diplomática oficial, da qual participou a Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), que defendeu não apenas a qualidade dos produtos brasileiros, mas também os avanços da biotecnologia no campo e o compromisso do país com a sustentabilidade.

O diretor da Abramilho, Bernhard Kiep, integrou a comitiva brasileira e foi enfático ao destacar a importância do alinhamento entre governo e setor produtivo: "A Abramilho integrou uma missão oficial do governo brasileiro à China, onde defendeu os avanços da biotecnologia no campo e adoção de práticas sustentáveis. Como resultado, a China autorizou a importação do DDG, grão destilado seco, subproduto do etanol de milho, um avanço econômico e diplomático para o Brasil."

Kiep elogiou a organização da missão e destacou o trabalho técnico dos ministérios envolvidos, ressaltando que a estratégia brasileira de se posicionar como alternativa confiável à instabilidade comercial entre EUA e China foi decisiva: "Ficamos muito felizes de a Abramilho ser convidada pelo Ministério da Agricultura. O Itamaraty também esteve presente, além de outros órgãos estratégicos. Os chineses são um cliente exigente e muito formal. Trabalharam com muita seriedade na preparação da agenda, e conseguimos aproveitar o contexto atual para estreitar laços."

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Desafios nas negociações com os chineses, sustentabilidade e segurança alimentar

O diretor da Abramilho enfatizou que apresentar os avanços da biotecnologia brasileira não foi tarefa simples, dadas as rígidas normas e formalidades do mercado chinês. "Os chineses são muito hierárquicos e seguem protocolos rigorosos. Enquanto no Brasil somos mais flexíveis, lá cada palavra e gesto têm peso. Apesar disso, conseguimos avançar. A China já participou de quase dez rodadas de negociação sobre novas cultivares brasileiras, e agora sentimos que há disposição real de diálogo."

Kiep explicou que dentre as variedades de milho o milho transgênico representa a maior parte da produção brasileira exportada, e novas cultivares adaptadas aos cerrados podem elevar a produtividade e reduzir os custos. "Essas cultivares são mais produtivas e adaptadas à realidade climática brasileira. Conseguimos demonstrar que essa evolução tecnológica é essencial diante das mudanças climáticas, sem abrir mão da segurança alimentar e da sustentabilidade."

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A sustentabilidade foi um ponto sensível nas conversas. A China, apesar de dependente do Brasil para boa parte do abastecimento alimentar, monitora de perto os impactos ambientais das exportações agrícolas. "Somos responsáveis por 25% de tudo que a China importa em alimentos — milho, soja, café, carne, frango. Isso nos dá força, mas também responsabilidade. Eles não querem ficar dependentes de nós e, por isso, são extremamente cautelosos."

Segundo o diretor, a imagem de um Brasil sustentável e inovador é estratégica: "Quando falamos em sustentabilidade, precisamos considerar o aspecto econômico e a adaptação ao clima. Produzir mais com menos, em ambientes adversos, é o verdadeiro desafio. E é nisso que a biotecnologia ajuda."

O Duplo Benefício do Milho: DDG e a Economia do Produtor, Milho e a Saúde do Solo

A autorização da China para importação do DDG brasileiro traz perspectivas inéditas para o setor, como explica Bernhard Kiep. "Eles precisam de mais ração para porcos, galinhas, e o DDG atende essa demanda. Essa autorização é um passo concreto. Mostra que estão dispostos a confiar em nossa cadeia de produção."

Ele reforça que o uso do milho para produção de etanol, longe de prejudicar a segurança alimentar, traz ganhos ambientais e econômicos. "Produzir etanol não tira milho do prato de ninguém. Pelo contrário, fortalece a cadeia, aumenta a demanda, e dá estabilidade de preços ao agricultor. E o DDG reaproveita o grão, o que é um ganho duplo em produtividade."

Além dos ganhos comerciais, o milho desempenha um papel essencial na conservação do solo, conforme explica o diretor da Abramilho. "O milho tem alta produção de matéria orgânica. Ele é fundamental para manter a qualidade do solo, melhorar a retenção de água e garantir maior resistência a secas. Isso é sustentabilidade aplicada na prática."

Kiep vai além e prevê uma transformação na cultura agrícola do país: "O Brasil pode, nos próximos dez anos, produzir mais milho do que soja. O milho é mais versátil. Além de etanol e ração, há possibilidade até de uso têxtil. Aumentar essa cadeia é estratégico."

Subprodutos e perspectivas para o sorgo

O milho não é o único grão com potencial de crescimento. O sorgo também foi citado como um exemplo de cultura promissora. "O sorgo consome menos insumos, especialmente água, e pode viabilizar áreas do Cerrado e do Nordeste. Se houver demanda internacional, podemos aumentar muito sua produção e rentabilidade."

Apesar de ainda não contar com tecnologia transgênica, o sorgo pode se tornar peça-chave na rotação de culturas e expansão sustentável.

Diplomacia estratégica e o papel do Brasil no mundo

Kiep encerra a entrevista com um apelo à consciência diplomática do Brasil no contexto geopolítico atual. "Muitos têm medo da China, mas é preciso entender sua história. Eles foram um povo desenvolvido e sofreram muito. Hoje, são fortes e orgulhosos. Precisamos manter relações respeitosas, sem arrogância, com inteligência diplomática."

Para ele, o papel do Brasil é saber negociar com equilíbrio e não se envolver em disputas entre grandes potências. "A China precisa de nós, mas não podemos abusar disso. Temos que manter a humildade, trabalhar com base em fatos e ter orgulho da nossa equipe. Fiquei muito impressionado com a competência dos nossos representantes."

Foto: Jaelson Lucas / Arquivo AEN
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