O feijão carioca é um dos grãos mais consumidos no Brasil, e sua cor tem papel fundamental na precificação. No entanto, a avaliação da cor era um processo subjetivo, dependendo da experiência do avaliador.
A Enetec Tecnologia, atenta a essa demanda do mercado, desenvolveu o colorímetro ENETEC CF-1, um equipamento inovador que utiliza tecnologia de ponta para classificar os grãos de feijão carioca de acordo com a sua variação de cor.
O uso da tecnologia reduz a subjetividade das avaliações e garante mais transparência nas negociações entre produtores e compradores.
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Auro Nagay, diretor comercial da Enetec Tecnologia, explica que o colorímetro opera por meio de um sensor e LEDs que medem a tonalidade do feijão carioca. “Dependendo do retorno, ele atribui uma nota, que pode variar de 6,75 a 9,5 sendo que quanto mais alta a nota, mais claro é o feijão e maior o seu valor de mercado”, explica.
O sistema de pontuação foi desenvolvido com base na prática de mercado. “Desde o início dos anos 2000, os corretores atribuem notas ao feijão na Bolsinha de São Paulo. Na teoria, a escala vai de 5 a 10, mas na prática, não existem feijões tão claros ou tão escuros. Criamos uma escala intermediária de 0,25 para maior precisão”, acrescenta Nagay.
O desenvolvimento do padrão de cores levou um ano de estudos. Nagay viajava até São Paulo (Bolsinha) várias vezes por mês para coletar amostras e validar a classificação junto aos corretores. “Cada amostra era analisada por diferentes profissionais e seguimos a maioria para definir a pontuação final. O primeiro protótipo do colorímetro foi testado e validado na Bolsinha de São Paulo, com os corretores prevendo a nota antes da leitura e o aparelho confirmando a avaliação”, destaca.
A maior vantagem do Colorímetro ENETEC CF-1 é garantir que o produtor receba o preço justo por seu feijão, ele cita alguns exemplos. “Um feijão nota 9 pode ser vendido a R$ 260, enquanto um nota 8 sai a R$ 160. A diferença é enorme e, sem um equipamento como esse, o produtor fica vulnerável à avaliação subjetiva dos corretores”, pontua Nagay.
A tecnologia também permite que cerealistas e empacotadores tenham mais precisão na aquisição dos grãos. “Com um colorímetro na propriedade e outro no destino final, é possível conferir se a classificação permaneceu a mesma do produtor até a comercialização”, explica.
O Colorímetro também considera variações entre cultivares. “Algumas variedades tendem mais para o cinza, enquanto outras puxam para o bege. Separar esses grupos é essencial para obter uma nota correta”, afirma Nagay.
A ferramenta é uma revolução na comercialização do feijão carioca. “Antes, a umidade e a peneira já eram fatores bem definidos para precificação, mas a cor ainda era subjetiva. Agora, com o colorímetro, o produtor pode ter certeza da classificação técnica do seu produto”, enfatiza Nagay.
O colorímetro classifica a tonalidade do feijão, de acordo com os tipos de feijões em grupos distintos. Nagay explica que o feijão pode ser classificado em duas categorias principais:
A Enetec também prevê manutenções periódicas para garantir a precisão do equipamento. “Estamos recomendando calibração a cada seis meses para manter a acurácia, assim como é feito com balanças e medidores de umidade”, conclui.
Com um valor acessível de aproximadamente R$ 4.800, o Colorímetro ENETEC CF-1 se torna uma solução viável para produtores que buscam negociações mais justas e transparentes, garantindo maior previsibilidade na comercialização do feijão carioca no mercado nacional.
O colorímetro como novo padrão do mercado
A expectativa é que, em pouco tempo, o colorímetro se torne um item essencial na comercialização do feijão, assim como as peneiras que determinam o tamanho do grão e os medidores de umidade.
Jorge Cruz, que atua como corretor independente na região dos Campos Gerais no Paraná, já observa essa mudança acontecendo. "O mercado já adota padrões de peneira e umidade. Agora, com o colorímetro, teremos um padrão para cor. Isso facilita muito as negociações, porque tanto o produtor quanto o comprador têm um parâmetro confiável."
Outro impacto positivo é na comercialização à distância. Como explica Cruz, muitos negócios hoje são fechados por meio do WhatsApp , com produtores enviando fotos para corretores e cerealistas. "Com o colorímetro, além de enviar a foto do feijão, o produtor pode informar a nota exata da cor. Se um comprador em Goiás ou São Paulo quiser saber a qualidade do feijão aqui no Paraná, ele obtém essa informação com resultados e pode negociar com mais segurança", destaca.
O Impacto do Colorímetro na Precificação do Feijão
A cor do feijão influencia diretamente no preço. O mercado já adota um padrão de bolsas diárias com referência de preços baseados em tonalidades. Jorge destaca que o colorímetro permitirá ao produtor identificar a nota do seu feijão antes mesmo da comercialização, reduzindo incertezas na negociação. “Antes, tudo era feito no olho. Agora, o produtor poderá colher o feijão, fazer a amostragem e, com o colorímetro, ter uma referência de preço antes mesmo de levá-lo para o mercado”, diz Jorge. “Isso evita discussões e garante que o feijão seja negociado com um valor mais justo.”
O Colorímetro e os Tipos de Feijão: G1 e G2
O colorímetro classifica a tonalidade do feijão, de acordo com os tipos de feijões em grupos distintos. Jorge explica que o feijão pode ser classificado em duas categorias principais, “A separação entre G1 e G2 já existe, mas agora, com o colorímetro, essa diferenciação será ainda mais precisa, trazendo mais confiabilidade para a comercialização”, ressalta Jorge.
Jorge demonstra como o equipamento funciona na prática: “Aqui temos quatro amostras, cada uma com uma tonalidade diferente, do feijão mais claro ao mais escuro”. Vou pegar essa aqui, por exemplo. Primeiro, colocamos o feijão no dosador. O próprio aparelho já tem uma bandeja específica para isso, então é muito prático. Agora, damos uma leve chacoalhada para distribuir os grãos.
Ele segue com, “Agora, acionamos a medição. O equipamento faz a leitura e já classifica o feijão. Neste caso, ele entrou no G2. Vamos aguardar o resultado... Pronto, esse feijão teve em sua cor nota 8 no colorímetro.”
A tecnologia ainda está sendo implementada, mas Jorge acredita que, em breve, será um padrão na comercialização do feijão, garantindo mais precisão e transparência no mercado.
Com essa inovação, o setor de feijão no Brasil dá mais um passo rumo à profissionalização e à modernização, trazendo benefícios para toda a cadeia produtiva.
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