Os ovinos são pequenos, de fácil manejo e cobertos de uma fofa camada de lã. Não à toa, eles estão entre os que mais atraem os olhares infantis na 47ª Expointer. Mas há crianças que, mais do que simpatia, têm intimidade com esses animais. É o que prova o Campeonato Cabanheiro do Futuro, realizado na quinta-feira, 29 de agosto, pela Comissão Jovem da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco).
Cerca de 20 crianças, filhas e netas de criadores, entraram em pista exibindo seus animais. Era um julgamento de brincadeira, mas os participantes levaram a sério, uma vez que a participação era uma forma de representar suas famílias. Dentre os participantes mais crescidos, Gregório Bonatto Menegatti, de 12 anos, revelou ser praticamente um profissional. “Já desfilei no julgamento da Expointer. Na terça-feira, eu puxei em pista três ovelhas minhas, que eu comprei”, contou, acrescentando que, futuramente, pretende seguir na ovinocultura.
Um dos mais jovens cabanheiros do futuro, João Francisco Ribeiro Marques, de 1 ano e seis meses, que fez sua passagem pela pista de ovinos acompanhado do avô, Luiz Walter Ribeiro. O criador ficou emocionado por compartilhar esse momento com o neto. “A gente é de uma família de criadores de ovelha de Livramento (RS). Sou da sexta geração, ele é da oitava. É uma satisfação”, comentou, tentando conter as lágrimas.
Para o presidente da Arco, Edmundo Gressler, o campeonato - em que todos são considerados campeões - oferece um vislumbre sobre o futuro do segmento. “Um encontro como esse agora, o Cabanheiro do Futuro, expressa exatamente a nossa responsabilidade enquanto gestores das nossas instituições até o segmento da nossa propriedade. Hoje, a sucessão é um tema recorrente. Então um movimento como esse, maravilhoso, nos dá a ideia do compromisso e da visão de futuro que a instituição tem que ter. O compromisso de dar continuidade de todo um trabalho”, destacou.