Pela primeira vez sob a supervisão do bispo Dom Bruno Elizeu Versari, a reunião geral do clero teve uma pauta repleta de assuntos importantes, em sua maioria, relacionados aos dois jubileus que a Igreja Católica viverá nos próximos anos: o Jubileu Peregrinos da Esperança, em 2025, e o Jubileu dos 100 anos da Diocese. Mais que isso. Dom Bruno imprimiu seu ritmo às deliberações, alertando, logo em seu início, que o dia seria intenso. “Este dia é um dia de trabalho. Se chegarmos no final do dia, estivermos cansados. Muito bom! É para isso que estamos aqui", avisou. A reunião aconteceu no salão da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Ponta Grossa, e, também de forma inédita, estendeu-se das 8 às 16 horas.
Outro diferencial desse terceiro encontro geral de 122 padres e diáconos de toda a Diocese foi o seu início, permeado de muita oração, com a 'conversa no Espírito', um método de oração e discernimento que permite ouvir a voz de Deus em debates e decisões comunitárias. O método foi adotado pelo Papa Francisco em 2021 para debater temas do Sínodo. Depois, padre Ademir da Guia Santos fez a leitura da ata da reunião anterior. Dom Bruno apresentou os temas pastorais e as orientações para a Diocese, citando algumas normas práticas para as Crismas, calendário e temas para a Catequese com adultos e casais para o Matrimônio, questões administrativas, organização contábil e jurídica das paróquias, e, transferências,
“Os padres são muito generosos. Nós temos muitos encaminhamentos em vista dois jubileus: o ordinário, o ‘Peregrinos da Esperança’, de 2025, convocado pelo Papa, e o do centenário da Diocese. É muita coisa, muito serviço que precisamos encaminhar, temos que ir resolvendo. Uma reunião extensa, cansativa, mas necessária. E os padres (têm se mostrado) muito disponíveis, participando...para ver tudo dar certo, para celebrarmos bem os dois jubileus”, elogiou Dom Bruno.
Foram discutidas algumas questões pastorais. “São orientações que eles já vinham trabalhando, mas chega um momento que é necessário marcar o passo. Definimos que, a partir do ano que vem, os itinerários de preparação de Batismo, de preparação de Matrimônio, Catequese com adulto vão seguir um ritmo baseado na Iniciação à Vida Cristã. Existe uma metodologia da Iniciação à Vida Cristã que nós queremos propor. Então, marcamos um tempo e acho que os padres estão dispostos. Existem comunidades em que será mais difícil, que o desafio é maior, mas vamos tentar, vamos fazer acontecer”, acrescentou o bispo.
Para o ano do centenário, 2026, a proposta de Dom Bruno para as celebrações das Crismas é realizá-las por Setor. “Para criar um evento da juventude. Porque, fora da celebração do dia 10 de maio de 2026, quando nós vamos envolver a todos, na nossa agenda vamos fazer, por Setor, um encontro com os jovens, para criar uma mobilização da juventude e, nesse evento, fazermos também o Sacramento da Crisma. Depois de 2026, volta a ser como era”, explicou, citando que as celebrações passam a ser realizadas novamente por paróquia.
Jubileus
Em 2025, a intenção é fazer dos mutirões de confissões em preparação para Páscoa, bem como das confissões na Sexta-Feira Santa, uma motivação para lucrar indulgência plenária. Ainda adoração ao Santíssimo Sacramento na quinta-feira Santa, peregrinações, no Domingo de Ramos e no Sábado Santo (motivar para que seja uma caminhada, uma peregrinação até o local da Santa Missa), que a coleta da Campanha da Fraternidade seja um gesto generoso, que servirá para promover a vida dos pobres; incentivo à participação na Via-Sacra, escolhendo um trajeto que simbolize uma peregrinação; celebração da Palavra com comunhão eucarística onde possível no Sábado Santo e obras de misericórdia e de penitência: Missões Populares), exercícios espirituais, formação à luz dos textos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, visitas aos doentes, idosos em solidão, presos, pessoas com deficiências, entre outras ações.
Nas paróquias, a proposta é fazer organizar o mutirão de visitas missionárias em todas as famílias até a Quaresma de 2025. Na visita, levar a capelinha com a imagem de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça; entregar para a família visitada um presente, uma imagem de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça, um sinal que lembre a visita e o tempo de Jubileu, entregar a oração pelo Centenário da Diocese; fazer um levantamento, um ‘censo paroquial’ sobre situação da família visitada, em relação a Catequese com adultos (Batismo, Eucaristia, Crisma e Matrimônio), convidando os casais que vivem juntos para a preparação para o Matrimônio e demais adultos, que irá do Tempo Pascal de 2025 até Quaresma de 2026. Na Páscoa de 2026, eles receberão os Sacramentos como um grande mutirão em vista do Jubileu da Diocese.
Proclamado pelo Papa Francisco, o Jubileu Ordinário, que acontece a cada 25 anos, terá início no dia 24 de dezembro deste ano, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e terminará em 6 de janeiro de 2026. Nas Dioceses, a abertura será no dia 29 e o fechamento dia 29/12/2025. O tema escolhido para este Ano Jubilar é ‘Peregrinos da Esperança’. A preparação para este Jubileu começou há dois anos, com o Ano do Concílio (em 2023) e o Ano da Oração (em 2024).
Na Diocese de Ponta Grossa, a abertura será às 14 horas, na frente da Reitoria do Sagrado Coração de Jesus, com uma procissão até a Catedral, onde acontecerá uma missa, às 15 horas. A Comissão Diocesana de Liturgia orienta que no dia 29 todos os sinos toquem nas matrizes paroquiais e comunidades, às 15 horas, simbolizando a voz da esperança que se abre para toda a Igreja. As Santas Missas do dia 29 serão celebradas como abertura do Jubileu. O Hino do Jubileu da Esperança será entoado no canto inicial.
Transferências
Antes de anunciar que a lista com as transferências dos padres diocesanos será conhecida no próximo dia 18, o bispo Dom Bruno discorreu sobre os critérios para as mudanças, os aspectos práticos das transferências e pedindo para que os sacerdotes deixem a casa em ordem: atualizar os livros de Batizados, Crismas, Casamentos e o Livro Tombo. Pediu também para que estejam em ordem as situações contábil e financeira com a Cúria (contribuições, taxas, coletas, balancete), para que não deixar de notificar as pendências, como contas a pagar e problemas trabalhistas; fazer um relatório geral sobre os procedimentos, normas e práticas na administração e organização paroquial (reuniões e programações permanentes, manutenção, veículos, finanças da Matriz e das comunidades).
“O sacerdote não vive para si mesmo, mas consagra-se a Deus a serviço da Igreja, e de modo muito concreto, a serviço de sua Diocese. A exemplo do próprio Jesus Cristo, não viemos para ser servidos, mas para servir. No dia da ordenação sacerdotal fizemos nossa promessa de obediência, renovada anualmente na Missa do Crisma, e de modo incondicional, ou seja, sem colocar condições para servir, a exemplo do próprio Cristo. O diálogo é possível e necessário, mas em certas circunstâncias, o bem maior da Diocese, avaliado pelo bispo, que tem uma visão global da Diocese e das situações pessoais, precisa exigir uma renúncia, e um “Faça-se” como Maria mãe dos sacerdotes”, justificou Dom Bruno.