Brasil e a China assinaram nesta quarta-feira (20), em Brasília, um acordo histórico para a exportação de gergelim. Esse é um passo significativo para fortalecer as relações comerciais entre os dois países.
O gergelim é uma cultura de entressafra que representa uma oportunidade vital para aumentar a competitividade do agronegócio brasileiro, especialmente com a China sendo o maior importador mundial desse produto. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que a abertura deste mercado se alinha com o crescimento da produção nacional, que aumentou 104% no último ano.
Ainda segundo o ministro, a expectativa é que essa parceria gere receitas significativas e amplie as exportações brasileiras
Além do gergelim, o acordo assinado entre Brasil e China também inclui a abertura do mercado chinês para uvas frescas e sorgo. Carlos Fávaro, destacou que as negociações estão avançadas para outros produtos, que serão tratados em um momento posterior. O Brasil busca expandir sua presença no mercado chinês, que é o maior importador mundial de gergelim e outros produtos agrícolas.
Trabalho intenso
Nos últimos quatro anos o Instituto Brasileiro dos Pulses (Feijões) e Colheitas Especiais (Gergelim) - IBRAFE, vem atuando ativamente junto aos órgãos públicos para ampliar os acordos fitossanitários que envolvam Pulses e Colheitas Especiais brasileiras.
As negociações receberam o apoio de entidades como, MAPA, MRE, APROFIR, CNA, APROSOJA e Governo do Mato Grosso. Ao lado da APEX, o IBRAFE realiza um projeto voltado para promover as exportações que vem gerando excelentes resultados aos produtores. Para alcançar o objetivo de exportação e fomento se habilitaram, até o momento as empresas: Agricola Ferrari, Arbaza, Atlasagro, Campo Real, Coperaguas, Dassoler, Interco, NG Trade, Samba Foods, Sebra, Sezam Zaad, Sorribrás, aderiram ao projeto denominado Sesame and Beans - Brazil Superfoods.
Desde o ano passado nos polos de produção o IBRAFE realizou com apoio do setor 12 seminários denominados Pulse Day e para 2025 estão previstos 15 destes seminários que leva informações desde a pesquisa, fertilidade dos solos, sementes colheita até a comercialização, orientando sobre os passos para alcançar as habilitações.
A produção brasileira de gergelim está em crescimento significativo. Para a safra 2023/24, estima-se uma produção de 360.000 toneladas, segundo a CONAB, um aumento de 228 % em relação a 2021. Mato Grosso lidera, com 246 mil toneladas, representando 46,7% da produção nacional. O Brasil também viu um aumento nas exportações, que saltaram de US$ 79 milhões em 2021 para US$ 245 milhões até outubro de 2024, refletindo um crescimento de 210%.
A cidade de Canarana, no Mato Grosso, foi agraciada informalmente com o título de capital mundial do gergelim e outros polos despontam em Goiás, Pará e Tocantins. Além disso, há potencial para produção na Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Rondônia, para citar apenas alguns dos estados mais promissores.
O cultivo do gergelim se encaixa bem em determinadas regiões em momentos de perda da janela ideal de plantio de milho, por exemplo, na segunda safra.
Expectativas para o Feijão
A assinatura do acordo de hoje, que engloba o gergelim, abre oportunidades para novas culturas, como os Feijões, que podem ser incluídos em breve, aumentando as possibilidades de exportação para produtores brasileiros que vêm se dedicando à produção de cultivares de qualidade para atender tanto o mercado nacional, quanto o internacional.
Ontem Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE garantiu que o mesmo empenho e zelo que a entidade demonstrou na busca deste acordo do Gergelim já esta colocando para o acordo fitossanitário do Feijão, “sabemos que é uma tarefa árdua, porém as negociações para o acordo do Gergelim deixaram mais uma vez claro que unindo as mais diversas entidades brasileiras e o setor publico é possível avançar de forma consistente e segura”.
O acompanhamento das negociações e a evolução da demanda serão cruciais para essa possibilidade.
Primeira planilha e gráfico expectativa do mercado quanto produção de 2025. Previsão para 2025 estimada pelo IBRAFE.
CONAB até o momento não captou o possível aumento de área no ano que vem.