Consolidando-se como referência no agronegócio, o Show Tecnológico Inverno da Fundação ABC, em sua 8ª edição, apresentou um panorama completo das tecnologias mais recentes para as culturas de inverno e foi realizado nos dias 11 e 12 de setembro, em Ponta Grossa, no Paraná.
O evento, que se destaca por promover um ambiente rico em networking e aprendizado, abordou temas estratégicos como rentabilidade da cevada e manejo fitossanitário, sempre com olhar atento às particularidades da região dos Campos Gerais.
Com 30 expositores e uma programação abrangente, incluindo economia rural, agrometeorologia e nutrição de plantas, o Show Tecnológico reafirmou sua importância como plataforma de difusão de inovações e troca de experiências no setor.
Para Luís Henrique Penckowski, gerente geral da Fundação ABC, o Show Tecnológico Inverno é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento do agronegócio na região. "O evento vem crescendo ao longo do tempo porque as culturas de inverno são cruciais para a nossa região", explica.
Ele destacou que essas culturas, embora fundamentais, apresentam mais riscos, exigindo que os produtores estejam sempre bem informados para tomarem decisões acertadas. "A importância do show tecnológico está em trazer essas informações para que o produtor possa estar munido para as futuras tomadas de decisão", afirma. Penckowski também ressaltou a importância do evento como espaço de networking, onde produtores e técnicos trocam experiências valiosas. "Diria que o principal pilar do Show Tecnológico é essa troca de experiências entre a pesquisa e a prática no campo."
Ao ser questionado sobre os destaques do evento deste ano, Penckowski citou três temas centrais: a rentabilidade da cultura da cevada, o manejo fitossanitário no cultivo de trigo e os sistemas de produção voltados para a pecuária de leite. "Estamos em uma importante bacia leiteira aqui nos Campos Gerais, e discutimos como a produção de forragens impacta tanto o setor de pecuária quanto a produção de grãos", conclui.
Silvio Bona, coordenador de marketing da Fundação ABC, falou sobre o esforço de ampliar a visibilidade do evento para além da região dos Campos Gerais. "Estamos investindo fortemente na divulgação do Show Tecnológico de Inverno para todo o estado do Paraná", revela. Ele mencionou o aumento no número de expositores, de 20 para 30 empresas, como uma evidência do crescimento e da importância do evento. "Queremos que a edição de inverno seja tão impactante quanto a de verão, que já atrai cerca de 5.000 pessoas", completa.
Em relação às novidades tecnológicas, Bona enfatizou a importância de se manter atualizado em um setor tão dinâmico como o agronegócio.
"No agro, as novidades estão nas tecnologias. O que vale para uma safra, às vezes, já não vale para a próxima, então é crucial participar todos os anos para acompanhar as mudanças", explica. Ele destacou que as condições climáticas impõem desafios constantes, o que torna a atualização contínua fundamental para o sucesso nas lavouras.
Elismar Silva, coordenador técnico da Nitro no Paraná, aproveitou o Show Tecnológico Inverno para compartilhar com os produtores as novas tecnologias desenvolvidas pela empresa. "Temos uma parceria forte com a Fundação ABC e é uma baita oportunidade para apresentarmos as soluções que estamos oferecendo para os agricultores", diz. Silva destacou o uso de macro-organismos no controle biológico de percevejos na cultura da soja como uma das principais inovações.
"Além do controle químico, estamos introduzindo macro-organismos que atuam como um controle biológico, o que é uma grande novidade para esta safra", explica.
Ele também ressaltou os desafios climáticos que os produtores enfrentarão e a necessidade de adotar estratégias que minimizem os impactos negativos. "Estamos diante de um ano desafiador, especialmente em relação aos estresses climáticos. Por isso, é essencial que os produtores conheçam as tecnologias disponíveis para reduzir as perdas, como os bioestimulantes e aminoácidos que estamos oferecendo", conclui.
Adilson Alves Cardoso, representando o Sicredi Campos Gerais, destacou a importância do Show Tecnológico Inverno como um evento que aproxima tecnologia e financiamento rural. "O Sicredi é sempre presente nesses eventos porque queremos que nossos produtores tenham acesso às melhores tecnologias para aumentar sua rentabilidade", explica. Ele parabenizou a Fundação ABC pela organização do evento e reforçou o papel da cooperativa em financiar o uso de tecnologias avançadas no campo.
"Quando o produtor adota uma nova tecnologia, não é só a lavoura que ganha, mas toda a cadeia produtiva", comenta Adilson.
Thaise de Paula Felippe, assistente de qualidade de produção da Capal, falou sobre a importância do cuidado pós-colheita na qualidade da cevada, destacando o trabalho rigoroso realizado pela cooperativa. "Hoje, trouxemos cultivares de cevada e todo o trabalho que fazemos para monitorar a qualidade no pós-colheita", explica. Segundo ela, minimizar o tempo entre a colheita e o recebimento na cooperativa é essencial para garantir a qualidade do grão.
"O desafio do controle de qualidade é manter essa qualidade desde a lavoura até a entrada na maltaria para a transformação em malte", detalha. Ela também mencionou os testes de germinação e a classificação das micotoxinas como passos críticos no processo.
Gabrielle Luiza Backes Bruschi, acadêmica de agronomia da PUC/PR, expressou sua surpresa com a complexidade do processo de produção da cevada. "Eu não imaginava que teria todo um processo por trás da produção da cevada para se fazer uma cerveja", comenta. Ela disse estar impressionada com a explicação detalhada sobre o cuidado necessário para garantir a qualidade da cevada e as tecnologias apresentadas no evento.
"Estou descobrindo várias tecnologias e processos que não conhecia, como o uso de carvão no controle de pragas, e estou achando tudo muito interessante", compartilha Gabrielle, que participa do Show Tecnológico pela primeira vez.
Wellington Passarelli, responsável pelo marketing da Maltaria dos Campos Gerais, destacou o papel do Show Tecnológico Inverno na difusão da cultura da cevada na região. "Este evento é fundamental para a difusão de pesquisa e tecnologia voltadas para a cevada, que tem crescido muito nos Campos Gerais", explica. Ele menciona que a presença da maltaria na região está incentivando os produtores a aumentarem a área cultivada com cevada. "Com a expansão da maltaria, podemos chegar a produzir cerca de 50% de todo o malte consumido no Brasil aqui na nossa região", revela. Segundo Passarelli, isso representa um enorme avanço para o agronegócio local e nacional.
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João Lorival dos Santos Baptista, vencedor da 15ª edição do Concurso de Silagem de Milho, compartilhou com orgulho os segredos de seu sucesso. "O segredo é fazer bem feito, não fazer nada pela metade", afirma. Ele destaca que uma boa silagem é essencial para a saúde dos animais e, consequentemente, para a produtividade na pecuária leiteira. "Mais produção significa mais saúde para os animais, e isso se reflete em maior rentabilidade", diz.
Para o próximo ano, João já está se preparando com novas técnicas de manejo e a escolha das melhores sementes. "Estamos buscando sempre as melhores sementes e preparando o solo para manter o título", conclui.
Sérgio José Sfredo, da Pioneer Sementes, celebrou a conquista dos produtores na região, destacando a importância da silagem de milho na nutrição animal. "A silagem de milho é o componente mais importante da nutrição da vaca leiteira, e nosso esforço é sempre trazer índices cada vez melhores para atender produtores exigentes", explica. Ele agradeceu à Fundação ABC pela promoção do evento e destacou o valor do trabalho conjunto entre pesquisa, assistência técnica e produção. "Esse evento coroa todo o serviço da região, reunindo pesquisa, assistência técnica e, principalmente, o produtor, que é o nosso alvo final", completa.
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