Um dos exemplos mais bem-sucedidos do sistema de união entre cooperativas é o Moinho de Trigo Herança Holandesa, que completa no dia 6 de junho uma década de história. A Unidade Industrial de Farinhas está localizada no município de Ponta Grossa (PR) e beneficia 140 mil toneladas de trigo, a qual a maior parte é oriunda dos cooperados da Frísia, Castrolanda e Capal. Há expectativa para ampliação do parque industrial nos próximos anos e aumento do mercado de atuação no Brasil.
Em 2014, primeiro ano da unidade, o objetivo era claro: fazer um forte trabalho no Moinho para atender o mercado B2B, ou seja, comercializar com empresas para a produção de pães congelados e de forma, massas frescas e secas e biscoitos. Todos eles com a marca Herança Holandesa.
“O maior desafio nesses dez anos foi entrar com uma marca nova no mercado, sem nunca ter participado dele, e ter permanecido nessa década em parceria com a grande maioria dos clientes. Outro desafio é manter a planta industrial sempre rodando próximo da capacidade máxima”, explica Cleonir Vitório Ongaratto, gerente de Negócios e colaborador do Moinho desde dezembro de 2014, quando, na época, era coordenador comercial.
Luis Henrique Alves é especialista de Compra de Trigo do Moinho e está na unidade desde janeiro de 2014, quando entrou como assistente administrativo. “Quando entrei, não tinha nem inaugurado e o Moinho precisou mostrar o produto para o mercado”. Ele também atuou nas áreas de Venda e Logística. Quando se tornou supervisor comercial, também fazia a compra de matéria-prima, área em que se especializou.
“O trigo, todos os anos, tem um desafio diferente. Nessa década nunca teve um ano igual a outro. E é um mercado que está cada dia mais exigente”, destaca Alves.
Ampliações
Em junho de 2016, dois anos após a inauguração, a indústria atingiu a capacidade de moagem de 120 mil toneladas por ano. Em 2017, passou pela primeira ampliação, quando foi adquirido um moinho integral, com um conceito tradicional para produção de uma farinha integral com o selo Whole Grains Council, promovido pela organização Oldways, que atesta e garante a fabricação de produtos integrais.
Também em 2017 a indústria obteve a ISO 22.000, certificação internacional para o sistema de gestão de segurança de alimentos. A avaliação abrangeu os setores e processos da qualidade, produção, administração, manutenção e atuação dos colaboradores.
Nesse mesmo período foi adquirida uma linha para empacotar farinhas para embalagens de 1 kg e 5 kg e ainda a ampliação para a produção de pré-mistura para panificação, voltado para as padarias.
Após o investimento, em 2018, a unidade passou para 140 mil toneladas de moagem por ano, já com a aquisição do moinho integral. Nesse ano, teve início a comercialização pelo sistema B2C, ou seja, para supermercados e padarias, alcançando o consumidor final. “De lá para cá, o Moinho roda com 95% da capacidade de moagem”, destaca o gerente de Negócios.
Para o varejo são comercializadas as marcas Herança Holandesa Premium, Herança Holandesa Tradicional, Herança Holandesa Integral e Precisa, que chegam aos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
“O Moinho tem uma forma de trabalhar, que é a alma do negócio, que é atuar em todos os leques de opções de farinha. Esse posicionamento permite se adequar às oscilações do mercado”, afirma Alves.
Pelo sistema de intercooperação Unium, as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal participam de toda a cadeia, da produção de trigo pelos cooperados (matéria-prima) passando pela transformação na indústria (beneficiamento) e a distribuição pelos sistemas B2B e B2C (produto final). Dessa forma, são finalizados os produtos farinhas brancas, farinhas integrais e farelo (para a produção de ração)
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