Sexta, 13 de Junho de 2025
7°C 14°C
Castro, PR
Publicidade

Produtores de hortaliças e frutas precisam se atentar ao uso correto de defensivos

Algumas culturas ainda têm suporte fitossanitário que geram dúvidas, por isso, especialistas dão dicas para ajudar os agricultores no manejo mais assertivo

Por: Redação
28/05/2024 às 10h07
Produtores de hortaliças e frutas precisam se atentar ao uso correto de defensivos

Muito importante na produção agrícola, os defensivos exercem o papel de proteção das lavouras aos ataques de insetos, plantas daninhas e doenças que atingem o ciclo das culturas. Estes produtos podem ser classificados como sintéticos químicos (fungicidas, herbicidas, inseticidas, acaricidas, nematicidas e bactericidas), ou biológicos, que são desenvolvidos a partir de organismos ou substâncias naturais. Entretanto, mesmo com tantas opções de produtos no mercado, o suporte fitossanitário ainda é insuficiente para algumas culturas e isso gera muitas dúvidas a classe produtora.

De acordo com José Orlando Sartori, profissional que acumula 47 anos de experiência e atua como um consultor de assuntos regulatórios na multinacional Ascenza, esse tema gera dúvidas por duas razões básicas. A primeira delas é pela falta de produtos registrados, legalizados ou recomendados para controle de pragas, principalmente de pequenas culturas, como por exemplo cebolinha, salsinha, aveia, centeio, acerola e muitas outras. “Isso induz o agricultor a usar produtos aprovados para outro grupo de culturas para conseguir produzir. Quando a gente fala principalmente de hortaliças e frutas, é um universo, que tem muitas espécies e é praticamente impossível classificar todas”, destacou.

A segunda razão, de acordo com o especialista, é pelo uso inadequado dos produtos, ou seja, quando o agricultor não se atentar à dose máxima recomendada ou ao limite de aplicações. Outro agravante é não respeitar o intervalo de segurança, também conhecido por período de carência, que nada mais é do que o intervalo em dias entre a última aplicação até a colheita do produto.

Continua após a publicidade
Anúncio

Para que haja o registro um novo defensivo para uma cultura é necessário que a empresa fabricante comprove sua eficácia e apresente todos os estudos com limite máximo de resíduo. Conforme explica Manuela Dodo, gerente de assuntos regulatórios da companhia no Brasil, e que soma mais de 17 anos de experiência nesse mercado, todo esse processo necessita de um investimento relativamente alto e também demanda tempo para os estudos. “Esses dois fatores são os principais nessa dificuldade de abranger uma bula de um produto para diferentes culturas”, acrescenta.

Para tentar resolver essa questão em 2010, o Governo Federal publicou uma resolução que estabelece procedimentos para as Culturas Com Suporte Sanitário Insuficiente (CSFI). A partir de então houve uma divisão em sete grupos. Os cultivos foram organizados em: frutíferas com casca comestível e casca não comestível, hortaliças folhosas e ervas aromáticas, raízes de tubérculos, leguminosas e oleaginosas e cereais.

Com base nestes sete grupos, houve uma subdivisão em 17 subgrupos e determinou-se a nomeação de uma cultura que representasse as outras nessas divisões. Desta forma, ficou definido para essas “representantes” que todos os estudos de resíduos e os laudos de eficácia feitos nela se aplicariam às demais de cada subgrupo.

Continua após a publicidade
Anúncio

Por exemplo, a alface é uma cultura representativa do subgrupo das hortaliças folhosas. Os estudos de resíduo realizados para ela suportam o registro também para acelga, agrião, rúcula, chicória e outras, pela similaridade, tanto de aplicação quanto de ciclo.  “Desta forma o governo conseguiu resolver esse problema de culturas importantes, que pela questão do custo e por não terem áreas expressivas, ficavam em segundo plano”, disse o consultor.

De olho na bula

Para evitar o uso incorreto dos defensivos nas lavouras, o produtor deve seguir alguns pontos mais importantes. O primeiro passo é utilizar produtos autorizados pela Anvisa. Além disso, é fundamental seguir a indicação para cada cultura respeitando a dose recomendada, bem como o número máximo de aplicações e o intervalo de segurança.

Ao ignorar alguns desses parâmetros, a probabilidade de o plantio apresentar um resíduo acima do limite é grande e isso pode gerar sérias consequências. “Legalmente se isso ocorrer, essa cultura que apresenta resíduo acima do limite deveria ser destruída, pois não está apta à comercialização e consumo. Então, estaria trazendo um dano econômico enorme para o produtor e nem sempre ele tem consciência disso”, destacou Sartori.

Outro fator importante para seguir corretamente os protocolos de aplicação é a questão da rastreabilidade, algo que cada vez mais é exigido e valorizado pelo mercado. Por exemplo, hoje, muitas redes de supermercado exigem e exibem o QR Code nos alimentos.  Por meio deles, conseguem fornecer aos clientes informações completas sobre a origem daquele determinado produto. “Tudo se movimenta em busca de segurança alimentar, que é o grande objetivo aqui, garantir que o produto final convencional seja entregue dentro dos níveis estabelecidos”, complementa a engenheira agrônoma e gerente de marketing da Ascenza, Patricia Cesarino.

Produção convencional x produção orgânica

O manejo orgânico é uma realidade e uma prática que tem conquistado um importante nicho de mercado. Contudo, com este modelo de produção que não utiliza defensivos químicos e é praticado em áreas menores, dificultando a produção em grande escala.

Por outro lado, o manejo convencional, que segue as boas práticas agrícolas respeitando o uso correto de aplicação defensivos, que utiliza produtos legalizados, consegue obter maior produtividade na agricultura de alta escala e consequentemente, gera maior oferta ao comércio. “Seguindo os níveis de segurança, respeitando o limite de resíduo estabelecido é possível sim ter um produto seguro para o consumidor consumir e em um preço mais acessível”, destaca Manuela.

Sabendo a diferença entre produção orgânica e convencional, é importante destacar que são atividades distintas que na prática uma não irá substituir a outra, afinal são modelos de produções diferentes. “Existe espaço para as duas práticas, elas podem e devem coexistir e isso é muito produtivo”, finaliza Patricia.

Foto: Geraldo Bubniak/AEN
VAZIO SANITÁRIO Há 7 horas

Produtores da região Sudoeste entram no vazio sanitário da soja, que vai até setembro

Medida vai até 10 de setembro, quando é proibido cultivar ou manter soja no campo. O objetivo é evitar que a planta se torne hospedeira do fungo causador da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), considerada a principal doença da soja.

Fruticultura paranaense em foco: Carlópolis sediará o VI Simpósio Estadual Foto: IDR-PARANÁ
FRUTAS Há 8 horas

Carlópolis, que produz 37,7 mil toneladas de frutas, sediará o VI Simpósio da Fruticultura

O VI Simpósio Estadual de Fruticultura reúne competências nacionais do segmento para abordar assuntos ligados à ampliação dos conhecimentos da área, visando dar suporte ao estabelecimento, desenvolvimento e sustentação de uma fruticultura arrojada no Norte Pioneiro. O Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) estará presente no evento.

A dinâmica do mercado de frete marítimo é extremamente sensível a eventos globais Divulgação
TRIGO Há 8 horas

Setor do trigo debate os reflexos da logística e dos custos do frete marítimo

Especialistas discutem os impactos no setor em webinar promovido pelo Sindustrigo

O Congresso da Agrária Malte oferece três dias de imersão no conhecimento cervejeiro, com um encontro técnico e excelentes oportunidades de negócio. Fotos Divulgação
CONGRESSO MALTE Há 16 horas

Congresso Técnico da Agrária Malte: conhecimento e negócios

O Congresso da Agrária Malte oferece três dias de imersão no conhecimento cervejeiro, com um encontro técnico e excelentes oportunidades de negócio.

Edital do projeto ‘Campos Gerais + Agricultura’ será divulgado durante evento no dia 16 de junho. Catálogo de produtos artesanais será utilizado para promover os pequenos produtores
AGRICULTURA FAMILIAR Há 1 dia

AMCG lança novo projeto voltado à agricultura familiar na próxima semana; faça sua inscrição no evento

Edital do projeto ‘Campos Gerais + Agricultura’ será divulgado durante evento no dia 16 de junho. Catálogo de produtos artesanais será utilizado para promover os pequenos produtores

Castro, PR
Parcialmente nublado
Mín. Máx. 14°
Sensação
4.45 km/h Vento
97% Umidade
0% (0mm) Chance chuva
07h01 Nascer do sol
07h01 Pôr do sol
Sábado
18°
Domingo
15° 11°
Segunda
21° 11°
Terça
21° 12°
Quarta
21° 13°
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,54 +0,05%
Euro
R$ 6,42 +0,07%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 612,152,68 -1,92%
Ibovespa
137,799,73 pts 0.49%
Publicidade
Publicidade
Enquete
Nenhuma enquete cadastrada
Publicidade